01
de abril de 2004
Danny
DeVito deve ser uma pessoa muito esquisita. A julgar pelo seu
senso de humor, que está se tornando cada vez mais negro.
Mais amargo, rancoroso. Por vezes triste. Depois de ter errado
feio com Morra Smoochy, Morra / Death To Smoochy, 2002 (que nem
saiu em nossos cinemas, foi direto para vídeo), quebrou
a cara de novo com esta comédia, que foi muito mau nos
EUA, até por desagradar o público habitual de Drew
Barrymore e Ben Stiller. Aproveitando um roteiro de Larry Doyle
(que fez o horrível e recente Looney Tunes - De
Volta à Ação),
ele conta uma história que lembra muito o filme inglês
Quinteto da Morte (em que ladrões tentavam matar uma velhinha
que os atrapalhava), que foi refeito agora pelos irmãos
Coen, com Tom Hanks (Ladykillers). Na verdade, tentar matar um
tio rico é uma velha tradição do teatro
britânico. Lições que ele deveria ter aproveitado
aqui.
Também
lembrando aquela comédia com Tom Hanks,
Um dia a Casa Cai, Danny conta a história de um jovem
casal (ele escritor,ela jornalista) que emprega todas suas economias
comprando um velho casarão no Bronx (bairro de Nova York)
que parece ideal a não ser por um detalhe. Eles tem que
tolerar uma inquilina, uma velha irlandesa (a quase desconhecida
e muito boa Eileen Essel).
Como
ela é incansável e irredutível, vai
batendo o desespero no casal (que perde o emprego) até o
ponto de desejarem matá-la. E realmente cumprirem seu
propósito. O filme que já tinha um esquema repetitivo
e sem originalidade, acaba desandando de vez. Mesmo quando tenta
remediar as coisas, fazendo um final apenas irônico. Menos
pesado (dando até a impressão de que foi mudado
depois de testes, o que não é comprovado no DVD
americano já lançado). De qualquer forma, me parece
difícil que haja público interessado neste tipo
de humor. Muito particular. Não importa a simpatia do
casal central (sem eles o filme seria insuportável): deve
ser uma decepção
Por Rubens Ewald Filho
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