EDISION - PODER E CORRUPÇÃO (Edison)
 


21 de fevereiro de 2006

Este filme estreou num circuito tão estranho que fui obrigado a descobri-lo num shopping de Santo Amaro (em São Paulo) que desconhecia, e onde há um cinema, de uma nova rede chamada Cinema.com, ou coisa que o valha. Que tem preços mais em conta (12 reais, nos finais de semana), salas razoáveis, mas comete uma besteira, tendo a bilheteria um andar abaixo, na praça de alimentação! Nada a ver.

Mas na verdade, o filme não merece você se deslocar já que certamente irá conferi-lo depois em DVD, graças a seu excelente e famoso elenco (mesmo assim o filme não estreou comercialmente nos EUA embora tenha sido absurdamente, o programa de encerramento do Festival de Toronto). Não passa de um episódio alongado, de uma série policial de teve, no estilo “Shield” (sobre policiais corruptos), repleto de clichês e total desperdício dos astros.

O diretor deve ter amigos que se sacrificaram para apóia-lo (embora seu currículo seja apenas de roteirista de séries de teve e um curta antes chamado Frank´s Last Dance). Mas não valeu a pena. Abre com uma cena de tiroteio (que muitos acharam ser uma paródia de outra semelhante em Heat, com Pacino). E logo revela a história absurda e tola, sobre um jornalista novato (o cantor Justin Timberlake que tem cara de coitado e nenhum talento como ator, ao menos julgando-se por sua participação patética aqui) que, a partir de uma suspeita inviável (por que um sujeito que está sendo julgado, diz obrigado a um policial que testemunhou a favor dele), resolve investigar o caso . Morgan Freeman tem outro personagem absurdo, que é um jornalista premiado com o Pulitzer, agora alcoólatra que edita jornaleco de bairro e que mesmo assim acaba apoiando o rapaz embora seja evidente que sofrerão represálias.

A ação se passa numa cidade fictícia chamada Edison (mostram-se as locações evidentes de Vancouver) que foi recuperada graças a ação de um grupo de policiais de elite, (como em SWAT) que são corruptos, venais e violentos. Todos menos um, que tem escrúpulos e deseja se casar (!), feito por LL Cool J (que passa a fita inteira com uma única expressão). O mais louco é Dylan McDermott que, ataca o rapaz e deixa mal sua noiva (o filme se esquece praticamente dela, nunca enfatizando a dor que o rapaz teria por ela estar em coma).

Enfim, quem já viu alguma fita do gênero vai reconhecer todos os lugares comuns (falta mencionar Kevin Spacey que usa uma peruca ridícula e faz um sujeito da corregedoria que ajuda o herói). Há também uma denúncia da corrupção se estendendo pela política e Ongs, o que poderia ser interessante. Mas não resulta.

Aliás, é fitinha mesmo e só dá para consumir em casa, com sono.

Por Rubens Ewald Filho

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