08
de julho de
2004
Não
acredito que os críticos vão gostar muito deste
filme, mas certamente o público lhe reservará melhor
acolhida. Capaz mesmo de ser grande sucesso depois, em home-vídeo.
Simplesmente porque não é uma grande obra de arte,
mas um mero passatempo, que mantém a atenção
e o interesse, ou seja, distrai. Foi realizado pela dupla de
roteiristas do Final Destination 2 / Premonição
2, já com essa intenção. Embora seja difícil
se levar a sério como herói Ashton Kutcher, que
estamos mais acostumados a ver no seriado That 70´s Show,
Punke´d ou como parceiro de Demi Moore. De fato ele é melhor
em comédia do que em thriller. Mas a história é bem
engenhosa, esperta. O herói descobre que tem a habilidade
de voltar no tempo (ele tem uns desmaios, onde fica fora do ar)
e pensa em corrigir um problema, a morte prematura de sua namorada.
Mas, cada vez que faz isso, as coisas pioram. Mexe numa coisa,
mexe também nas conseqüências. É coisa
de ficção cientifica de filme B, só que
bem executado, com as reviravoltas que a gente aprecia (quase
como num episódio longo de Além da Imaginação,
tanto que há uma citação ao escritor Ray
Bradbury). Até com um tom meio trágico, dark. Talvez
por isso não foi considerado comercial e o filme ficou
anos como um roteiro admirado e que ninguém queria produzir,
até Ashton assumir, servindo também como produtor
executivo.
Por Rubens Ewald Filho
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