Enron - Os Mais Espertos da Sala (Enron, The Smartest Guys in the Room)
 


18 de abril de 2006

Se você é daqueles que como eu, acompanhou os fatos sobre a Enron, apenas de longe, pelos jornais ou sites, vai ficar estarrecido com este documentário que chegou a ser indicado ao Oscar da categoria. E que está ali perto de outros do mesmo teor, A Corporação e os de Michael Moore (embora desta vez não tenhamos interferência direta do realizador diante da câmera).

O que a maior parte das pessoas sabe, é que houve a falência de uma grande empresa, a Enron, que deixou muita gente sem seus fundos de pensão, arruinadas. Agora, o filme vai bem mais longe, novamente mostrando as ligações da empresa (ou seus líderes) com os dois presidentes Bush, pai e filho (outra vez uma denúncia que em outros tempos, poderia provocar conseqüências terríveis mas, que por lá, passou em branco. Não que aqui a gente tenha qualquer moral para reclamar de coisa alguma). E tudo isso, mais do que comprovado.

Em poucas palavras (porque a situação é complicada e complexa), os principais responsáveis da Enron, fizeram de tudo para disfarçar as perdas e para aumentar o preço das ações, chegando ao inaudito, ou seja, como controlavam praticamente todo o fornecimento de energia para a California, simplesmente provocaram blackouts, apagões, para darem a entender que havia problemas na região e teria de haver a construção de novas usinas (fazendo assim as ações subirem). Ou seja, os prejuízos foram incalculáveis mas mesmo assim, fizeram isso repetidas vezes e sem maiores conseqüências (tudo só foi descoberto porque um dos envolvidos teve a dignidade de se matar).

Revelando outro problema: que é deixar na mão de particulares, empresas estrategicamente fundamentais como é a da energia. Não quero dar a impressão de que entendi tudo mas, o que saquei já foi suficiente para ilustrar os males do capitalismo selvagem, a falta de liderança do presidencialismo, e outras cositas mais.

Devia ser obrigatório assisti-lo em todas as escolas, comícios, televisões. Estarrecedor.

Por Rubens Ewald Filho

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