GAROTAS MALVADAS

15 de julho de 2004

O sucesso dos blockbusters das férias é capaz de prejudicar este Garotas Malvadas (Mean Girls), que é simplesmente a melhor comédia teen desta geração. Foi grande e merecido êxito nos EUA (onde ultrapassou os 80 milhões de dólares de renda), onde sua protagonista Lindsay Lohan, já é estrela. E dá para entender porquê. Aos 18 anos, ruivinha e talentosa, ela também estrelou Se eu Fosse Minha Mãe (Freaky Friday), do mesmo diretor Mark S. Waters.

Há duas referências forçadas na fita: As Patricinhas de Beverly Hills e Heathers (um cult movie de 1989, lançado aqui em vídeo como Atração Mortal, com Christian Slater e Winona Ryder). Ambos falam explicitamente do mesmo assunto: como é difícil a vida de um adolescente no curso secundário, obrigado a lidar, nem tanto com os professores, mas como o sistema de castas, modismos, toda uma cartilha de comportamento que pode definir sua popularidade ou ostracismo.

Coisas fundamentais nos valores de um adolescente. O filme mostra isso em tom de comédia, num roteiro que foi escrito por uma atriz que entende do assunto, Tina Fey (que faz a professora, e se inspirou no livro de Rosalind Wiseman, Queen Bees and Wannabees).

A heroína é uma garota que viveu na África e nunca antes freqüentou uma high school.

Por isso é muita ingênua mas, como é bonita, logo é aceita pelas Plastics, três Abelhas Rainhas da escola, que lhe ensinam as regras e etiquetas de comportamento. E na ânsia de agradar, acaba rejeitando os verdadeiros amigos e se tornando vingativa e intrigante como as outras. Felizmente o filme não quer fazer nenhum tratado social. É a comédia que, na safra recente, tem a maior quantidade de boas piadas por minuto. Também é romântica (o par é formado com o novato Jonathan Bennett). Faz rir muito, pensar um pouquinho e deixa a gente feliz por não ser mais adolescente e ter que passar por tudo isso de novo.

 

Por Rubens Ewald Filho