27
de setembro de 2005
Massacrado
pela crítica americana e decepção
nas bilheterias (custou 53 e rendeu cerca de 80 milhões),
o que não é tão mal assim para
uma fita endereçada ao público do interior
do Sul dos Estados Unidos, os mesmos que, nos anos
70, transformaram Burt Reynolds em superstar em filmes
do gênero (ainda que mais inofensivos e leves,
como a série Agarra-me se Puderes,
e suas continuações e imitações).
Talvez até porque eles estivessem ocupados
demais enfrentando furacões e enchentes para
se preocupar em ir ao cinema.
Aliás, o filme é médio, considerando
que é uma adaptação para o cinema
de uma antiga série de TV, aliás bem
querida no Brasil porque passou na Globo (e agora
a primeira temporada esta disponível em DVD),
e em geral estas adaptações são
horríveis.
Mas todo mundo tinha consciência que não
era grande coisa, apenas uma brincadeira inconseqüente
sobre dois primos chamados Bo e Luke Duke, carros
turbinados (a palavra empregada à época
era “envenenados”), garotas de shortinhos
(Catherine Bach), e muitas perseguições
de carros onde a polícia invariavelmente sai
humilhada.
De
uma coisa a gente sente falta: a presença,
nem que fosse como convidados, dos astros da série
de TV (todos estão em atividade).
Ao menos John Schneider, que é o pai do Super-Homem
em Smallville e Tom Wopat (que agora
estrela musicais).
Acho um erro escolher Johnny Knoxville para o papel
de Luke Duke (talvez porque ele já tinha uma
imagem de sofrer acidentes, por causa de sua participação
grosseira na série de TV Jackass).
Ele é pretensioso, sem empatia, sempre exibido.
Melhor é Seann William Scott (famoso por American
Pie) que se contenta em bancar o bobalhão
e pronto.
Enquanto a cantora Jessica Simpson estréia
no cinema também usando shortinhos, parecendo
um pouco a jovem Raquel Welch, mas sem a menor presença
em cena. Acho que preciso mencionar que tem uma história,
sobre um vilão (o agora venerável Burt
Reynolds, mal aproveitado), que deseja a fazenda
dos Dukes para explorar carvão (e assim, acabando
por destruir o lugar).
Há também uma famosa corrida de carros
(mas que no final das contas, depois de tão
anunciada, acaba sendo secundária).
O que vale são as perseguições,
sempre fugindo da polícia, os stunts (várias
vezes os carros saem voando pelos ares para realizar
façanhas, ditas impossíveis; nos letreiros
finais, junto com uma canção de Willie
Nelson, aparecem algumas cenas que deram errado também
com os carros). Também não há nada
de especialmente engraçado ou divertido, ou
mesmo grosso.
A
fita corre acelerada, com piadas juvenis, situações
básicas.
Não me senti especialmente emburrecido por
ela, o que hoje em dia já é uma grande
coisa. Mas também não vi razão
para assisti-la.
Por
Rubens Ewald Filho