08
de novembro de
2004
Foi
uma experiência importante ter editado o Guia anterior.
A lição mais evidente foi descobrir que não é fácil,
nem lucrativo lançar livros. Não fosse a ajuda
de amigos, nem a anterior, nem esta nova edição,
teriam sido possíveis. Não cabe aqui citar os problemas,
mas todo o processo só aumentou meu respeito por aqueles
que se dedicam a essa tarefa tão ingrata num país
em que pouco se lê.
Ao
menos, o nosso Guia de DVD 2004 se esgotou mesmo não
sendo distribuído por todo o Brasil, nem em bancas de
jornais. Em parte porque, feliz ou infelizmente, ele é o único
no gênero. Ao menos, o único a fornecer a riqueza
de detalhes de informação. Por causa disso, pouco
mexemos no formato deste novo Volume, que tem maior número
de títulos (cerca de 1240), mantém as mesmas regras,
mas tem menor número de títulos musicais. Isso
se explica por várias razões:
Nunca
ninguém comentou conosco sobre eles; O
livro estava grande demais;
Não consegui ajuda para pesquisá-los.
Basicamente,
acho uma pena, porque é preciso de alguma
forma registrá-los, já que têm uma importância
muito grande no mercado de DVD. Espero num próximo volume
retomar a prática, já que não se trata de
um Guia de Filmes, mas de tudo que existe disponível em
DVD.
Não mudamos a ficha, porque ainda prefiro chamar de Standard
(1.33), o formato básico que alguns insistem em chamar
de Tela Cheia (o que é complicado com a difusão,
que finalmente agora aumenta, da TV widescreen). O Wide sim é definido
sempre que possível por suas proporções.
Mas
preparar as fichas nem sempre é fácil até porque
não encontrei uma locadora que comprasse todos os títulos
lançados no mercado, talvez mesmo pelo excesso deles.
O fato é que são todas seletivas, assim como os
sites de venda. Assim como as assessorias são mais dedicadas
aos grandes títulos e, em geral, não enviam cópias
de serviço (nem mesmo em VHS), nem se preocupam com as
aventuras B que, na verdade, ajudaram a criar esse mercado de
home-video.
O
livro não seria possível sem a incrível
ajuda da 2001 Vídeo, não apenas cedendo títulos
para conferência, mas fazendo um excepcional trabalho de
venda. Meu agradecimento especial à paciência dos
funcionários, que sempre me atenderam com simpatia e eficácia.
E, em especial, ao Fred Botelho. Assim como tem sido fundamental
a colaboração da Laser Home Vídeo, que tem
um enorme acervo e pessoas apaixonadas por cinema, sempre dispostas
a ajudar. Nosso editor associado Otávio Moulin também
contou com a colaboração da Show Vídeo Locadora,
de sua terra natal, Vitória, ES.
Este
volume novamente teve como Editor Assistente o Felipe Goulart,
cuja prática e habilidade se tornaram indispensáveis
(além de ter ajudado nas resenhas dos filmes infantis).
O Moulin continuou colaborando com os obscuros títulos
chineses (é um mestre no assunto) e de terror. Para a
recente moda de séries de TV lançadas em DVD recorri
ao auxílio do Paulo Gustavo (que também foi meu
diretor na transmissão do Oscar pelo SBT todos esses anos),
que sempre foi apaixonado pelo assunto e está realizando
o sonho de escrever um Dicionário de Séries de
TV, que promete ser definitivo. Este ano também contei
com a ajuda de Carlos Quinteiro, que me auxiliou principalmente
na caça dos títulos clássicos e aqueles
lançados em banca. E novamente, a capa, o visual e a edição
ficaram por conta da competência da dupla Marcelo Pestana
e Carlos Cirne, que também são responsáveis
pelo look da Coleção Aplauso, da Imprensa Oficial
do Estado de S. Paulo. Contei novamente com o apoio e parceria
da Sociedade Amigos da Cinemateca, que novamente desejo agradecer
de público, na pessoa de sua presidente Cosette Alves,
e da Cinemateca Brasileira, Carlos Wendel de Magalhães,
diretor executivo, Sylvia Bahiense Naves, Diretora Adjunta. E
de forma fundamental, do presidente da Imprensa Oficial do Estado,
Hubert Alqueres e do Chefe da Casa Civil, o também santista
Arnaldo Madeira. Ainda um obrigado especial para José Abdo
Abdala, Gerente Nacional de Vendas da Europa Vídeo. Ou
seja, a equipe cresceu e com gente muito boa, de confiança.
E os amigos novamente compareceram, sem esquecer aqueles que
nos apoiaram anunciando no livro (o que o torna viável).
Obrigado a todos.
O
livro também cresceu inclusive no corpo dos verbetes,
já que realmente a letra era pequena demais para se ler
com facilidade. Mantivemos a ordem alfabética dos lançamentos
(dessa forma, dispensamos um índice em português,
que seria supérfluo), mas finalmente ganhamos um índice
dos títulos originais, que era um sonho antigo (agora
você pode procurar pelo nome do filme em inglês ou
outra língua qualquer, sempre tomando o cuidado de não
usar o artigo, The ou Le, por exemplo. Vale a primeira palavra
do nome, aliás, a mesma coisa em português).
Não acho perfeito o critério de estrelinhas. Sinto
falta mesmo do meio, ½ . Há filmes que não
são apenas regulares, mas também não chegam
a ser exatamente bons, seria dois e ½ ! Mas isso por enquanto
não foi possível.
Novamente
fizemos o possível para dar as informações
corretas. O que nem sempre vai suceder. Há casos de títulos
que foram lançados apenas para locação (e
até o momento de fecharmos a edição ainda
não tínhamos o que conteria a edição
para venda. Entre outros motivos, porque se o filme fracassar
nas locadoras, ou seja, encalhar, essa nova edição
pode nem vir a sair, a distribuidora apenas se livra do encalhe.
Sem mais extras). Então novamente tem que se encarar tudo
como um work in progress. Ou seja, não acaba nunca.
Importante:
Não repetimos nenhum titulo, ao menos não
conscientemente. Ou seja, o livro é totalmente novo e
inédito. A não ser que tenha havido uma edição
especial ou legitima. Explicando: os filmes clássicos
de Chaplin já haviam sido disponibilizados por uma distribuidora
anteriormente, mas numa versão de origem duvidosa. Agora
que saíram restaurados pela Warner, merecem outro registro
e acréscimos. Pode haver casos também do mesmo
filme sair por duas distribuidoras, então optamos pela
legítima.
Obviamente
não apoiamos nem certificamos qualquer forma
de pirataria. Mas também não nos cabe identificá-los.
Apenas comentamos sobre a qualidade da cópia, já que
ao menos 80% dos DVDs indicados foram vistos em seu formato para
o público. A exceção fica por conta das
famigeradas cópias de serviço, que impedem qualquer
julgamento de qualidade. Dá para ver o filme e assim mesmo
com restrições. Mas é a realidade de um
mundo sem barreiras, onde cada dia fica mais difícil impedir
a proliferação dos piratas (que ao contrário,
vão virando lugar comum e até aceitos pela população).
O que é um total absurdo.
Enfim,
neste país se mata um leão por dia e dá para
imaginar a luta que foi reunir, assistir, rever, escrever e editar
sobre todos estes DVDs. O que foi feito com carinho e até prazer
porque lidamos com algo de que gostamos, ou seja, cinema. Muitas
vezes me surpreendi revendo um filme e mudando de opinião,
vendo que havia sido injusto ou impreciso, ou simplesmente descuidado.
E prontamente refiz a crítica. Esta é a minha maneira
de dizer que não sou dono da verdade, nem estas indicações
são definitivas. Elas pretendem servir de orientação
para quem aluga ou compra DVDs. Quando faço uma dedicatória,
dizendo que é para aumentar seu prazer em ver cinema,
que é para discordar, não é papo furado.
Procuramos informar da melhor maneira possível para que
você se divirta, se informe, aprenda, tenha momentos de
alegria e beleza, assistindo os DVDs.
Boa
diversão.
Por Rubens Ewald Filho
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