26
de janeiro de 2006
Um
estranho titulo nacional para um filme bastante premiado
(o garoto Lou ganhou como melhor ator no Festival
de Berlim, o que faz o pai dele Vincent D´Onofrio
ganhou em Estocolmo e Lou novamente foi melhor ator
em Sundance). Mas que não esta sendo lembrado
agora na hora dos Oscars. Bem que poderiam ter posto:
O Chupa Dedo. Ou algo assim, porque daria uma idéia
melhor da história e da proposta: um filme
de arte que pretende atingir um publico mais jovem.
Mas que corre o risco de ficar no meio termo.
Ninguém pode lhe negar a originalidade.É sobre
um adolescente complicado e arrogante (como quase
todos) chamado Justin que tem o mal habito de chupar
o dedo polegar, o irrita o pai dele (que é um
tipo fechado que não sabe se comunicar) e
também seu dentista New age (um papel pequeno
para Keanu Reeves que certamente esta apoiando algum
amigo). Hipnotizado larga o vicio, mas não
consegue enfrentar seus problemas detectados como
falta de concentração. É a própria
escola que lhe resolve dar um remédio que
o faz melhorar, dando-lhe uma sensação
de euforia (ai o filme tem seu melhor momento, quando
critica o uso e abuso indiscriminado de notas receitadas
que são dadas as jovens antes de que tenham
certeza de que elas não tem efeitos colaterais).
Como uma espécie de Prozac, isso o leva ate
a presidir o clube de debates (e Vince Vaughan faz
o professor que primeiro o ajuda e depois se arrepende).
Mas sua trajetória não terminou . Desconfia
que a mãe enfermeira de uma clinica para famosas
(a inglesa Tilda Swinton, de Narnia, novamente sem
impressionar, esta tendo um caso com um ator de teve
Benjamin Bratt) e se envolve com uma garota que o
ensina a fumar maconha e transar.
O
filme acaba pintando um retrato não muito
realista de um adolescente, que usa de um recurso
errado para conseguir entrar numa faculdade (e pelo
jeito seu cinismo é bem recompensado). Não
dá para acreditar totalmente nele, apesar
dos esforços do garoto Lou (que não é tão
excepcional assim para merecer tantos prêmios
embora tenha sido selecionado entre cem candidatos
e tenha feito antes apenas O Tempo de Cada
Um). .
Mas
ao menos é diferente, faz certo esforço
para aprofundar os temas. Não surpreende que
não tenha tido sucesso (custou 4 milhões
e não rendeu mais do que 1 milhão e
300 mil dólares.
Por
Rubens Ewald Filho