28
de abril de
2005
Estreando
simultaneamente com os EUA, este thriller que não é baseado
em nenhum best-seller como parece, mas sim inspirado em roteiro
original, é assinado pelo prestigioso Sidney Pollack (Oscar
por Entre Dois Amores e que fez suspenses como Três Dias
do Condor e A Firma). Mas ele já dá sinais de fadiga
e cansaço, numa narrativa convencional, razoavelmente
interessante. Mas sem o ritmo e a intensidade que estamos acostumados
na safra mais recente. Não tem edição à la
Cidade de Deus, nem trilha musical urbana.
É um
thriller de suspense à moda antiga, cuja maior curiosidade
está justamente
no fato de ter sido o primeiro filme recente que teve cenas rodadas
no autêntico prédio das Nações Unidas
em Nova York (além de Moçambique, África
do Sul, Londres e Ontário). Ou seja, não é tão
bom quanto o trailer sugere (mas nada nunca é!). Serve,
porém como passatempo de fim-de-semana.
Não sei
se o espectador comum irá se envolver na trama, que é sobre
um genocídio fictício na África (tanto que
o trailer não revela que língua a heroína
identifica). Nicole Kidman está melhor do que em Reencarnação,
como uma intérprete da ONU que acidentalmente ouve uma
conversa em dialeto africano que a faz suspeitar de atentado
quando um presidente de sua terra natal (onde nasceu e onde morreu
a família e agora um irmão está desaparecido).
Acontece que esse presidente havia começado como líder
rebelde e como tantos antes dele havia se tornado um ditador
sanguinário e cruel. Agora vem fazer discurso na ONU para
se justificar (e colocar a culpa tuda nos terroristas). Sean
Penn faz (até mais discreto que de costume), um agente
do Serviço Secreto (com problemas porque perdeu a mulher
num acidente de carro há apenas três semanas) que
cuida do caso, obviamente se envolve com Nicole e tenta adivinhar
as reviravoltas do enredo (já que é evidente que
acontecerão algumas surpresas e reviravoltas, nenhuma
delas muito convincente).
O filme
começa com um prólogo na África
(aliás violento e que dá um tom amargo ao que vem
a seguir), antes de tomar a ação principal. Reclamei
da falta de ritmo, da narrativa banal e dos clichês
que atrapalham o filme. A mistura de romance, suspense e denúncia
política não chega a funcionar.
Por Rubens Ewald Filho
(Foto: divulgação.
Copyright Copyright ©2005 Universal Studios)
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