27
de outubro de 2005
Na
saída me perguntaram, é melhor do que
o primeiro? Nem achei possível. Francamente
como toda continuação já esperava
o pior. Mas como é uma produção
de Spielberg, e continua com o mesmo diretor, ainda
funciona. É muito bem produzida, tem um roteiro
bem humorado e momentos de muita ação.
Mas não tem mais Anthony Hopkins (que sumia
no primeiro) e apesar de todo mundo achar uma gracinha
o menino que escolheram para fazer o filho de Zorro,
ele não chega a ser muito aproveitado na história,
que em vez de se fixar nele se perde numa trama extremamente
complicada, parecendo muito mais história
em quadrinhos moderna, do que um mero capa-espada.
Extrapolando, sem necessidade, o gênero.
Quando
o filme começa, sete anos depois de
A Máscara de Zorro, Antonio Banderas continua
a ser o Don Alejandro de La Veja, que de vez em quando
se veste de Zorro para proteger os oprimidos. Mas
certamente influenciado por 11 de setembro o filme
ganha contornos patrióticos, situação
a ação em 1850, quando o povo da Califórnia
esta votando para entrar na União dos Estados
Unidos (seria o 31 estado) ainda que numa época
difícil porque estavam as vésperas
da Guerra Civil (Secessão). Ou seja, eles
votam numa espécie de plebiscito mas há bandidos
que estão interessados em fraudar as eleições
(a seqüência inicial é justamente
com Zorro lutando para recuperar uma urna roubada).
Não se torna muito lógico, o motivo
porque Don Alejandro briga com sua mulher Catherine
Zeta Jones. Melhor dizendo, por Elena faz tanta confusão
para ele largar o personagem, já que estão
num momento obviamente tão conflitado e o
filho, que não conhece sua identidade secreta, é um
rebelde que admira muito Zorro. Parece apenas uma
desculpa porque para a história ir adianta é preciso
que ela seja convencida por dois sujeitos a ficar
longe do marido (quem são eles, é outro
modernoso e discutível) e se envolver com
um nobre francês, que ostensivamente veio trazer
vinhas para a região (Rufus Sewell, difícil
de reconhecer) . Mas que tem outra agenda (agora
inspirada no sucesso de O Código da Vinci,
já que envereda por esses misteriosos grupos
secretos).
Enfim,
o filme não se define muito entre o
mero capa–espada, da luta de espadachim (embora
o duble de Banderas tenha muito trabalho dando cambalhotas
e executando outras estripulias) ou a aventura a
la Indiana Jones, com fabricas secretas, trens, explosivos
e perseguições. Embora movimentado
e bastante divertido, o filme carece de personalidade
e não deixa especialmente brilhar seu talentoso
casal (que seria capaz de mais, de momentos dramaticamente
mais ousados). Mas é uma fita que assiste
com prazer e facilidade.
Por
Rubens Ewald Filho