27
de junho de 2005
A
história real de como a polícia espanhola,
ainda nos anos 70, no final da ditadura do general
Franco conseguiu infiltrar um homem no comando da
organização terrorista basca, o ETA,
um sujeito que ficou conhecido como O Lobo
e embora tenha sido condenado a morte por eles, nunca
foi encontrado.
Este
filme conta de forma tradicional no estilo thriller,
como ele foi recrutado e executou sua missão,
passando por altos e baixos, sem muito heroísmo
ou covardia. Não chega a tomar grandes partidos
ou ter grandes momentos. É apenas o desfilar
dos fatos, a partir de flashbacks e um romance com
uma terrorista fanática (embora ele fosse casado,
a largou para cumprir a missão), que por si
só já podem ser interessantes para o
público local mas para nós às
vezes soam um pouco distantes. E trata-se de um assunto
muito complexo, com sutilezas que o filme não
se preocupa em explorar.
Difícil
se identificar com um espião, ainda que contra
terroristas para ficar do lado de uma policial de
uma ditadura. É uma questão que o diretor
e o roteiro preferem ignorar, limitando-se a narrar
os fatos, com a ajuda de um bom elenco onde naturalmente
o destaque é para o sempre bonitão e
eficiente Eduardo Noriega, revelado nos filmes de
Amenábar.
Por
Rubens Ewald Filho