UM LUGAR PARA RECOMEÇAR (An Unfinished Life)
 


28 de março de 2006

Não esperava muito deste filme, que foi grande fracasso nos EUA (custou 30 milhões de dólares e não rendeu mais do que 8), e foi esquecido nas premiações. Mas gostei bastante do resultado, particularmente de Robert Redford, que tem sua melhor interpretação em anos, apesar da idade (está chegando agora aos 70 anos), de aparecer barbudo e sem glamour; ele está convincente como um velho cowboy de Wyoming, que vive num rancho com seu ajudante de muitos anos (Morgan Freeman), que foi atacado por um urso e agora sofre dos ferimentos.

O drama sucede quando retorna para casa sua nora (Jennifer Lopez, outra vez fazendo papel de mulher que apanha, como em Nunca Mais [2002]), e a neta que ele desconhece. Acontece que essa nora, que agora foge do namorado violento, foi responsável pela morte, num acidente de carro, do único filho de Redford, que não a perdoou. O filme é sobre isso: reconciliação, acerto de contas, o que é importante ou não.

Narrado de forma lenta (o ritmo poderia ser mais ágil), e rodado no Canadá (novamente aquela paisagem serve como o Wyoming, como em Brokeback Mountain - aliás, no filme há uma piada divertida, quando a neta pensa que Redford e Freeman são caso, e acha tudo muito divertido), o filme pode ser previsível e sentimental (minha amiga Tania Carvalho reclamou, dizendo que “não gosta de filmes ternurinha”). Mas os atores estão bem (também os coadjuvantes, embora Jennifer apenas não se comprometa), a história é bonita, a direção tradicional (Lasse, de Chocolate [2000], fez este ano também uma versão de Casanova [2005], que vai direto para DVD no Brasil). Porém, quem rouba o filme mesmo, é um talentoso urso chamado Bart (que vi domingo no “Animal Planet “ com Jennifer Aniston).

Não é tarefa fácil competir com estes dois dois velhos monstros sagrados, Redford e Freeman, que valem à pena reencontrar.

Por Rubens Ewald Filho

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