A LULA E BALEIA (The Squid and the Whale)
 


26 de janeiro de 2006

Por alguma razão misteriosa, os críticos americanos se encantaram com esta comédia independente que chegou a concorrer ao Globo de Ouro e ainda esta no páreo para o Independent Spirit Awards. No Brasil já tem o problema do título (qualquer coisa com o nome Lula hoje assusta) que na verdade é bem estranho também no contexto da história (é referência aos bichos que existem em exibição no Museu de História Natural de Nova York, mas cuja semelhança alegórica com a história nos escapa).

Talvez os americanos tenham gostado tanto porque por lá é muito mais comum o fato de termos pais divorciados e os problemas que aparecem para os filhos durante a separação. Aqui, o diretor foi muito autobiográfico relembrando como ele era um aluno do segundo grau, de família judia nova-iorquina do Brookllyn em 1986, que sofreu as pressões previsíveis quando o pai (Daniels), um intelectual professor e escritor, é afastado de casa pela mãe (a sempre ótima Laura Linney, sem maiores chances) que prefere ter um caso com o professor de tênis (Baldwin). Assim o herói e seu irmão mais novo são obrigados a se dividirem entre os dois (que tem direitos iguais) com dificuldade para aceitar o flerte do pai com uma aluna muito mais nova (Paquin).

Mas nada do que se mostra ou fala no filme é particularmente original ou inteligente ou sensível, ou notável. É um retrato de vida sim, mas tão banal que é impossível de lembrar de dezenas de histórias semelhantes e exemplos muito mais drásticos que se pode observar na vida. Talvez essa superficialidade seja mesmo característica do diretor (que é colaborador daquele blefe Wes Anderson) e mesmo como sessão de autoterapia poderia ser mais conseqüente ou interessante.

Duas curiosidades: o filho mais velho é o mesmo Jesse Eisenberg de Rodger Dodger e o mais novo, Owen, é o filho de Kevin Kline e Phoebe Cates.

Por Rubens Ewald Filho

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