26
de outubro de
2004
Falou-se
muito neste filme independente que fez sucesso em Sundance e
teve uma bilheteria decente nos EUA. Como em A Bruxa
de Blair,
o fato de ter sido rodado em Digital, lhe dá um toque
de Reality Show, que neste caso até ajuda, dá mais
veracidade e aumenta a tensão. Também porque conta
um fato real, rodado com um casal de atores amadores, em locações
(foi no mar aberto mesmo e não num tanque). Ou seja, quando
eles, os atores, são atacados por tubarões, os
bichos são de verdade. Para valer. Claro que tem também
defeitos: os diálogos são pueris, há poucos
conflitos já que os personagens são banais, apenas
são namorados, não fica bem claro, que estão
passando férias num lugar das Bahamas (também não
entendemos bem onde). O drama porém é forte. Os
namorados (que tem por volta de trinta anos) saem certo dia para
mergulhar em mar aberto junto com uma excursão. Mas por
culpa de um empregado que contou errado, o barco vai embora,
esquecendo deles.
E os
dois ficam no mar, sendo levados pela correnteza e como isca
para tubarão. Se fosse Hollywood, teriam pensando
em algum conflito mais acentuado, para aumentar o suspense, talvez
criar algumas situações paralelas. O fato é que
por causa do Digital (com seus defeitos: imagem granulada, ocasional
fora de foco), fica emocionante e até leva-se uns sustos.
E o mais estranho de tudo, é o que o filme não
tem um final convencional. Essa deve ser a diferença entre
ser independente ou de Hollywood. Quem dirigiu foi um tal Chris
Kentis, que tinha feito antes Correndo contra a Vida (Grind -
97) com Billy Crudup e Amanda Peet e agora partiu para algo mais
radical. Que vale conferir.
Por Rubens Ewald Filho
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