A MARCHA DOS PINGÜINS ( Marche de L´Empereur)
 


26 de janeiro de 2006

Foi a grande sensação do ano de 2005 nos Estados Unidos, onde é o filme francês de maior bilheteria e também o segundo documentário mais bem sucedido só perdendo para Farenheit 11 de setembro (por volta de US$ 80 milhões ) e parece candidato certo para o Oscar de melhor documentário. Já disponível em DVD por lá, o filme se constituiu numa verdadeira mania, entrando para a cultura popular (e ainda veremos muitas piadas sobre ele).

Inegavelmente é um brutal trabalho de produção (a gente sente o frio e dificuldades que eles passaram para captar aquelas imagens inesquecíveis) realizado por um diretor-roteirista estreante Luc Jacquet.

A verdade é que não há como não ficar impressionado com a força das imagens, sua beleza e ineditismo. O filme se fixa numa determinada espécie de pingüin da Antártida muito diferente daqueles que de vez em quando aparecem nas costas brasileiras. São justamente os chamados Pingüins Imperais (daí o titulo original do filme, A Marcha do Imperador).

Eles tem hábitos muito peculiares como caminharem em fila indiana pelo deserto gelado. E para procriarem, passam por uma luta inacreditável, em que macho e fêmea se revezam na preservação dos ovos (que por causa do frio intenso precisam ser conservados a qualquer custo). E para se alimentarem empreendem incríveis e perigosas caminhadas. E se um deles morrer, o resto da família também irá perecer. O filme tem sido criticado também por alguns por antroporformizar os personagens, ou seja, como em algumas produções Disney, tentam tornar humanos os bichos. Por vezes, até colocando frases nas bocas deles (o que sem duvida é discutível, mas que até funciona dramaticamente).

Mas que ganha até sentido quando se observa o comportamento de um dos pingüins, quando perde sua cria e tenta roubar a alheia (certamente o momento mais forte do filme). E o filme não tem vergonha de afirmar, que “esta é uma história de amor”. Afirma e demonstra isso.

Num filme notável que deverá conquistador admiradores seletos.

Por Rubens Ewald Filho

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