22 de março de 2006
Sucesso na Mostra BR de São Paulo, indicado para o Oscar de filme estrangeiro, vencedor no Festival de Berlim de melhor atriz, direção e ainda o prêmio ecumênico. Além do prêmio European Film Award, como melhor atriz, pelo júri e público, e também direção pelo público. Ou seja, uma fita que agradou em cheio a determinada audiência. Talvez porque, devem ter se esquecido de outro filme anterior exatamente sobre o mesmo assunto chamado The White Rose de 82, dirigido por Michael Verhoeven (por sinal, neste momento está sendo rodado outro, com este nome e sobre o mesmo assunto, com Albert Finney, Christina Ricci como Sophia, Tim Robbins, Martin Gruber).
A importância é que porque esse movimento chamado de Rosa Branca foi uma das poucas resistências organizadas que existiu contra o governo nazista de Hitler. Assim em Munique, em 1943, Sophia Scholl e seu irmão Hans se unem aos colegas universitários para fundar esse grupo, que procurava fazer resistência aos nazistas, lançando panfletos. O filme se fixa menos em seus feitos (que, na verdade, foram poucos e infelizmente inúteis), mas na sua prisão pela Gestapo, sendo interrogada por dias, finalmente confessando tudo.
Acusados de alta traição, os Scholls e seu amigo Christoph Probst são condenados à morte e executados.
Isso é basicamente o filme: um relato bastante seco e desdramatizado do que sucedeu com a heroína (seria arriscado dizer que é um filme bem alemão? Ou estaríamos caindo em clichês?).
Rodado em ordem cronológica, com imagens reais das vítimas em fotos nos letreiros finais, o filme é sóbrio, digno, meticuloso ao reconstituir os fatos e documentos. Para o meu gosto até demais.
Mas curiosamente é outro filme político, que fala de rebeldes e terroristas à sua maneira (ainda que pela causa justa) neste ano onde a tônica tem sido sempre esta.
Por
Rubens Ewald Filho