09
de dezembro de 2005
A
diretora Rebecca Miller é filha do dramaturgo
Arthur Miller, ex-atriz e mulher do ator Daniel-Day
Lewis, que por causa disso aceitou voltar a trabalhar
neste projeto dela. Uma fita independente diferente,
um pouco estranha e mais que curiosos. Como o filme
anterior, o premiado em Sundance, O Tempo
de Cada Um (2002).
Não tem como criticar Daniel que obviamente é um
bom ator, ainda que não esteja no seu maior
momento aqui. Mas a trama é diferente. Mostra
a decadência das antigas comunidades de hippies,
que tentavam viver do seu trabalho na terra. É mais
ou menos o que faz ainda Daniel que vive isolado
numa ilha da Costa Leste americana, onde tem um terreno
grande, junto com sua filha adolescente Rose (Camilla
Belle). Há uma leve insinuação
de incesto na situação quando a garota
sente-se perturbada e invadida quando o pai acolhe
uma nova namorada (Keener) que chega com seus dois
filhos adolescentes e rebeldes. Daniel esconde um
segredo, ele sofre de uma doença (teve enfarte)
e tenta criar um clima de amizade entre todos, mas
tudo com um mínimo de palavras e muita falta
de jeito.
A
situação só pode deteriorar
inclusive com confrontos com um construtor que pretende
poluir e estragar a região (Daniel luta abertamente
contra ele) ao mesmo tempo em que os conflitos ficam
abertos (e alguém pode especular se no conflito
entre pai e filha, há algum reflexo dos problemas
que Rebecca teria tido com sue próprio pai).
Ou seja, um filme denso e diferente, para um publico
mais de arte
Por
Rubens Ewald Filho