13 de julho de 2004

Dentro da tradição de grandes desenhos clássicos da Disney, como Pinochio, Bambi, O Rei Leão chega agora Nem que a Vaca Tussa (Home on the Range)... Oops! Como é mesmo? Isso é nome que se apresente?! Pois é, bem acertado. Sinal dos tempos de mau-gosto, mas também adequada para aquele que é provavelmente o pior desenho de longa-metragem já feito pelo estúdio. E olha que eles já fizeram muita besteira, em especial, recentemente. Mas nada tão fraco e indiferente quanto este. Que não melhora nem mesmo na versão original com as vozes famosas (Judi Dench de vaca inglesa, Cuba Gooding JR. como Cavalo, mas parecendo mais com Chris Rock, Roseanne Barr e Jennifer Tilly como as outras heroínas. Nenhuma delas canta, todas as canções são em off, interpretadas por vozes countries como Tim McGraw, Bonnie Rait e ainda k.d. lang.).

Dirigido pela dupla Will Finn e John Sanford (que fizeram antes o melhor O Caminho para Eldorado), o filme não chega a ser desagradável, é apenas descartável e poderia ter sido feito por qualquer outro produtor. É a história de uma fazenda chamada Pedacinho do Céu que está falindo e será posta em leilão, porque a velha dona não tem como pagar as contas. Três vacas leiteiras (uma jovem, outra inglesa) resolvem ir até a cidade e encontrar um jeito de conseguir dinheiro. E vão atrás de um famoso bandido, para ficarem com o dinheiro da recompensa. Nisso entra também o cavalo Buck (que é ambicioso e pretende servir ao famoso pistoleiro Rico), um coelho perneta, mas nenhum personagem é especialmente engraçado ou memorável. Há tentativas de se citar filmes antigos (A frase: será este o fim do Rico? refere-se ao clássico de Edward G. Robison, O Pequeno Cesar. Coisa que nenhuma criança irá descobrir).

Uma brincadeira com o filme Cimarron (da rival Dreamworks, a primeira vez que Disney faz isso com outros). Mas em geral são correrias, alguns clichês de faroeste num filme muito curto e que, aparentemente, seria o último feito com animação tradicional (de agora em diante tudo é em CGI, por computadores). Na verdade, nada tem a ver com a animação, o problema é mesmo a criatividade, o roteiro, a idéia, com CGI ficaria até pior.

Por Rubens Ewald Filho