ORGULHO E PRECONCEITO (Pride and Prejudice)
 


14 de fevereiro de 2006

Esta era a única das maiores novelas da escritora inglesa Jane Austen, que não havia sido refilmada, depois do grande sucesso de várias outras (como Emma, Razão e Sensibilidade, Palácio das Ilusões, Persuasão). Talvez porque em 1995 tenha havido uma minissérie inglesa da BBC que fez enorme sucesso até nos EUA (consagrando o ator Colin Firth que fazia Darcy) e não queriam comparações (embora poucos se lembrassem, da versão original da MGM de 1940, dirigida por Robert Z. Leonard, em que Greer Garson era velha demais para o personagem e Laurence Olivier fazia Darcy).

Mas nada fazia prever, a qualidade e o sucesso desta produção, até modesta, mas muito divertida, alegre, romântica, no melhor sentido da palavra. Não conhecia o diretor estreante Joe Wright (ele fez antes três minisséries para a tevê) mas, ele revela um grande talento, uma mão para o humor e uma narrativa bem contada. Além de conseguir, grandes interpretações de todo o elenco. Certamente foi ele o responsável pelas grandes decisões que tornaram a história encantadora (Emma Thompson que ganhou o Oscar pelo roteiro de Razão e Sensibilidade, deu uma revisada também, de favor, neste aqui).

O maior acerto foi dar o papel central para Keira Knightley (Piratas do Caribe, Rei Arthur, Simplesmente Amor), que apesar de novinha (tem 21 anos), é a escolha ideal para o papel de Elizabeth Bennet, filha de uma família empobrecida na Inglaterra da época do Rei George. São cinco irmãos morando na mesma casa decadente, no campo, junto com o pai (Sutherland) e a mãe faladora e simplória, mas de bom coração (Brenda Blethyn). Eles todas ficam animados quando surge um nobre endinheirado e bonitão, Mr. Darcy que veio passar uns tempos na casa de campo dele. Mas, uma série de desencontros e incompreensões, fazem com que Elizabeth e ele, nunca consigam se entender. Até quando ele demonstra inesperada nobreza de alma e gentileza. Quem faz o papel, é o para mim desconhecido (o único que encontrei dele que passou por aqui é Enigma) Matthew Mafadyen, que apesar do nome difícil, e de não ser o galã tradicional, se sai bem no personagem (e as mulheres tem se entusiasmado com ele).

O fato é que o filme é uma surpresa.

Mereceu suas Indicações ao Oscar® (Direção de Arte, Figurino, Trilha musical - aliás muito boa- além de Atriz) e podia até ter ganho outras (a Direção de Arte, procura dar uma visão até mais realista da vida no campo à época, mas sem desmistificar em excesso).

É de um filme carregado em dramas e denúncias, o filme mais agradável e divertido.

Recomendado.

Por Rubens Ewald Filho

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