03
de maio de
2004
Uma
raridade: um filme do Afganistão, rodado nos lugares autênticos,
muitos deles vistos em noticiários de telejornais.
Feito
com as maiores dificuldades e no entanto com um resultado extraordinário. Não temos como não nos admirarmos
com este Osama, que nada tem a ver com Bin Laden (é sobre
uma jovem chamada Osama), um filme humano, sincero, notável,
que andou ganhando prêmios (chegou a ser indicado oficialmente
ao Oscar e levou o Globo de Ouro de fita estrangeira) e que merece
ser visto. Foi feito por um diretor-roteirista estreante, que
se formou em Moscou e que sabe trabalhar com imagens e atores.
Conta a história de uma garota de 12 anos, que é vitima
dos fanáticos do Taliban, que obrigam todas as mulheres
a se cobrirem dos pés a cabeça. Quando a mãe
dela perde o emprego, e fecham o hospital onde trabalha, para
sustentar a família, o marido e irmão mortos na
Guerra elas não podem seguir a lei que permite que mulher
só sai acompanhada por homens.
A
garota então, como ultimo recurso, se disfarça
de rapaz e procura conseguir trabalho. E por uns tempos consegue
enganar a todos, até quando é mandada para um acampamento
onde eles irão ter instrução religiosa.
Inspirado em fato real e o primeiro filme rodado desde a queda
do Taliban, Osama já é bom simplesmente por existir.
Ainda por cima é tocante e surpreendente. Experimente.
Por Rubens Ewald Filho |