14
de fevereiro de 2006
Menos
ruim do que se temia, menos engraçada do que
o trailer fazia supor, esta produção
MGM (O filme foi rodado em maio de 2004) teve seu
lançamento foi adiado porque o estúdio
foi vendido para a Sony (mas sai no Brasil pela Fox
por causa de contrato antigo ainda valendo). Esta
não é a primeira tentativa de se ressuscitar
o Inspetor Clouseau e a franquia da Pantera
Cor de Rosa. Houve uma primeira quando Peter Sellers teve
uma de suas crises (Alan Arkin o substituiu mediocremente)
e depois de sua morte, o próprio criador Blake
Edwards tentou a sorte com Ted Wass e Robert Begnini.
Dois
desastres completos.
Agora
Blake esta fora do projeto, mas continuaram com a
música tema inesquecível de Henry
Mancini e a figura da Panterinha nos letreiros (saudosa
mas nada brilhante desta vez). E o diretor (que é metido
e assina como um filme de...como se alguém
lembrasse que é essa tal de Shawn Levy que
cometeu aqueles fraquíssimos Doze é Demais
I e II com o mesmo Steve Martin além
de O Grande Mentiroso e antigamente o Feita
por Encomenda com Whoopi Goldberg. Ou seja não é propriamente
uma carreira gloriosa).
Enfim,
o filme tem seus momentos exclusivamente por causa
da presença de Steve Martin, que usa
um bigodinho meio Hitler e usa um método de
rir totalmente oposto ao de Sellers (que era espontâneo
e inventivo enquanto em Steve tudo é cerebral,
foi planejado meticulosamente antes, é de
fora para dentro. Ainda assim ele erra em gags com
freqüência).
A
história é meio boba. Kevin Kline
(muito bom) assume o papel do Chefe de policia de
Paris Dreyfus que ansioso por ganhar uma Medalha
de honra escolhe o policial mais incompetente da
França para resolver o caso de um treinador
de futebol que foi morto em pleno campo de futebol
quando usava um anel com o diamante Pantera Cor
de Rosa (o fato dessa morte ter sido gravada em tape
certamente, não é utilizada na história
que se esquece disso). Assim chamou do interior Clouseau
e o filme custa um pouco a engrenar, repetindo piadas
(ele procurando espiões atrás de cortinas,
derrubando um globo de mapa, neste caso a utilização
de piadas visuais funciona até certo ponto.
Mas novamente se esquecem do globo que poderia render
mais situações).
O
problema realmente é constatar que o mundo
piorou tanto nesses últimos tempos (e a comédia
junto) que a novidade é quando Clouseau vai
para dentro de um estúdio de gravação
para soltar gases e tudo é ouvido pela sala
inteira. Flatulência como humor realmente é apelação!
Que continua depois quando ele perde uma pílula
para Sexo que caiu dentro da privada (e assim ele
destrói todo o banheiro de hotel!).
Nem
tudo é mal sucedido. Tem uma seqüência
divertida em que Clouseau tenta em vão perder
seu terrível sotaque falando a palavra Hambúrguer.
Tem uma seqüência divertida em que aparece
o James Bond (vivido e não creditado por Clive
Owen, que parecia ser o escolhido para o personagem
- o critico do New York Times em incrível
gafe disse que este era Daniel Craig, o novo 007!)
Nada
a ver. Mas isso não atrapalha o resultado
da seqüência.
Também não sei se é boa idéia
mostrar que Clouseau não é tão
bobo quanto parece ao final (a identidade do criminoso é novamente
fácil de descobrir).
De
qualquer forma, o filme se defende e como o publico
quer e precisa
rir, acho que teremos continuação pela
frente.
Espero
que desta vez corrigindo e aparando as arestas.
Por
Rubens Ewald Filho