27
de outubro de 2005
Não
espere demais que é bem capaz de você se
divertir.
Este é um thriller tradicional, bastante curto
(apenas 98 min. contando os letreiros) mostrando
um modelo de avião moderníssimo (mas
viável).
Como sempre, nem tudo é muito verossímil,
as resoluções são discutíveis.
Mas a verdade é que enquanto dura, funciona
direitinho.
Mantém o suspense e a atenção.
O
maior choque porém, é constatar que
depois de outra ausência de três anos
(desde O Quarto do Pânico,
a não ser por pontinha em Eterno Amor),
que Jodie envelheceu bastante.
Mais do que isso, pela primeira vez no cinema deixou
transparecer sua masculinidade, ou macheza, se preferirem.
O que chega a incomodar um pouco, já que o
personagem não teria essa característica.
É
uma mãe de família americana que vive
na Alemanha, que fica viúva de repente e tem
que voltar com a filha de seis anos para enterrar
o marido, pegando para a viagem uma avião
super moderno que ela ajudou a desenhar, ou seja,
isso explicaria porque a heroína o conhece
tão bem (sendo capaz de viajar com a maior
facilidade por suas entranhas, coisa que rarisimamente
vemos neste gênero de história).
Até mais da metade, o filme nos deixa literalmente
no ar, sem dar muitas explicações.
Como nós vimos a menina entrar no avião,
por mais que levantem duvidas sobre existência
real (no estilo Os Esquecidos com Juliane
Moore), sabemos que não iriam mentir para
a gente. Que a heroína está no máximo
perturbada, (e Jodie resolve interpretá-la
já começando intensa, esbravejando),
talvez para justificar, depois ela se torna uma espécie
de Bruce Willis, que tenta resolver tudo sozinho.
Não vou contar qual é a trama, nem
a resolução, basta dizer que, eles
encontram uma explicação mais ou menos
lógica para explicar tudo, sendo que já não
gosto tanto do final (da minha parte, eu eliminaria
toda a longa seqüência final que é redundante
e sentimental, mas como tinha gente chorando no cinema,
suponho que ela fosse necessária).
Já contei
algumas vezes como Jodie pessoalmente é extremamente
masculinizada, mas nunca a tinha visto no cinema
dessa forma. Preferia uma heroína mais frágil,
mais sensível e que apesar disso, agisse dessa
maneira. Ainda assim, é um filme que resulta
bem agora e mais tarde em Home Video.
Por
Rubens Ewald Filho