O PLANO PERFEITO (The Perfect Plan)
 


28 de março de 2006

Este é o primeiro filme abertamente comercial do diretor Spike Lee. Nada de errado nisso. Seu trabalho é competente, dirigindo um elenco de atores eficientes (inclusive seu velho parceiro, Denzel, desta vez de cabelo raspado, bigode, mais envelhecido) e utilizando um roteiro inteligente. Ou seja, um bom divertimento para quem gosta de filme de assalto.

O trailer, por sinal, é muito sugestivo e atraente, utilizando o inglês Clive Owen naquilo que ele sabe fazer melhor: ser cool, discreto, mas marcante (como em Closer). Ele, falando para a câmera, explica que irá realizar um assalto perfeito. E demonstra porquê.

Denzel faz o detetive de polícia que fica intrigado quando uma quadrilha invade um banco e não se comporta da forma rotineira. A situação fica ainda mais inusitada quando aparece uma lobbysta (Jodie Foster, fria, e também em forma), que intercede para que ele não revele determinados segredos que estariam na caixa-forte. Na verdade, este é aquele tipo de filme que, quanto menos se falar ou explicar, melhor. Vocês irão curtir mais.

Faço poucas restrições: acho que a lição de moral que eles tentam dar ao final, fica meio postiça e artificial, já que, na vida real, isso nem sempre sucede. E depois, é difícil fazer distinção entre pequenos e grandes criminosos, legalmente todos são culpados e passíveis de punição. Mas é desculpável, porque logo depois vem uma reviravoltazinha conclusiva bastante simpática e amoral. Mesmo que você seja capaz de decifrar o mistério do assalto (e que, para alguns, pode ser previsível), o filme, que está sendo lançado simultaneamente com os EUA, acaba funcionando.

Eu me diverti e hoje em dia, para filmes comerciais como este, já é muito.

Por Rubens Ewald Filho

| topo da página |