27
de setembro de 2005
Gosto
sempre de publicar criticas favoráveis, como
neste caso, que se trata de uma fita modesta, que
pode muito bem se perder e tem bastante chance de
criar boca-a-boca favorável, principalmente
entre seu público-alvo: as adolescentes. Não
tenham dúvida que é um filme de menina.
Mas não aquelas besteiras idiotas que se tornaram
repetitivas sobre rivalidades escolares e paqueras.
Desta vez, eles se basearam num livro best-seller
(até onde sei, não saiu aqui), que
fala da Irmandade do Jeans Viajante.
A
idéia é divertida. Quatro grandes
amigas desde crianças, irão tomar rumos
diferentes durante o verão.
Por acaso, num brechó encontram um velho jeans
que serve em todas elas, perfeitamente, embora tenham
corpos completamente diferentes. Acham que ele é mágico
e durante o verão ele - que por sinal é Levi´s
- irá viajar de uma para outra, na esperança
de realizar os desejos. Elas são Tibby (feita
por Amber Tamblyn, filha do Russ Tamblyn de West
Side Story e estrela da série de
TV Joan of Arcadia), que vai ficar
cuidando da irmã mais
nova e trabalhando num video/filme documentário
sobre perdedores. É
a mais mal humorada e difícil. Carmen (America
Ferrera, muito boa atriz revelada no filme da HBO,
Real Women have Curves) é latina e gordinha,
a mais inteligente de todas mas tem problemas porque
o pai largou a família (Bradley Whitford de
West wing) e se casou com uma loira (Nancy Travis)
que tem um casal de filhos igualmente dourados, que
nada tem a ver com ela (embora sejam neutros e sem
preconceitos). Bridget (a estreante Blake Lively)
perdeu a mãe recentemente e é excelente
jogadora de futebol (soccer) devendo ir passar o
verão num campo de treinamento no México.
Lena é muito tímida e irá passar
o verão com os avós numa ilha na Grécia
(quem faz o papel é Alexis Bledel, que esteve
em Sin City e não pode ter
menos cara de grega, branca e sardenta).
Cada
uma tem um problema a resolver. Pode ser amoroso
(Bridget quer transar de qualquer forma com o técnico
de futebol, outro loirão, o que seria proibido
e Lena, vai cair justamente por um inimigo mortal
de sua família).
Mas os mais sérios são o de Tibby que
fica amiga de uma menina de 12 anos (Jenna Boyd)
que esta com leucemia e Carmen, que se sente feia
e inferior, além de desprezada. Dá para
sentir que os problemas são reais e fáceis
de nos identificarmos, já que o filme pula
de uma locação para outra, contando
as quatro historias paralelas, que podem ser românticas
e fotogênicas.
Mas também lidam com situações
reais (as resoluções é que são
discutíveis, caindo em besteiras típicas
de cinema, além de ter vários finais).
Talvez a melhor coisa é o fato de que o jeans
não é simplesmente mágico como
faz pensar o trailer. Diz o diretor Kwapis: “Fiz
a história como se fosse O Mágico
de Oz, ou seja a capacidade e força
de cada um dos personagens esta dentro delas o tempo
todo.
A calça é apenas o agente que traz
isso à tona. É uma metáfora
também da amizade entre elas.”
Temo
ter falado demais, o que não é meu
hábito mas é porque gostei do filme,
com suas concessões ou não, achando-o
sensível, bom de ver. Mesmo indicado para
8 Teen Choice Awards, o filme que custou 25 milhões
não passou dos 38 nas bilheterias americanas.
O que não é mal. Mas vale descobri-lo
aqui, agora nos cinemas ou depois em DVD.
Por
Rubens Ewald Filho