05 de maio de 2006

Gosto de ver filmes sem saber muito a respeito, assim ainda consigo ter algumas surpresas. Foi o caso desta aventura que, só ao final foi que me dei conta, foi dirigida por Frank Marshall, que já veio ao Brasil algumas vezes e que habitualmente é produtor de Spielberg e filmes grandes (como Seabiscuit, Sinais). E tem dirigido apenas ocasionalmente (fez Congo, Aracnophobia, Vivos) e nada desde 98. Uma pena porque ele é muito competente e faz tudo direito. Como era necessária para esta produção da Disney que foi muito bem lá fora mas arrisca se perder aqui por causa dos excessos de feriados (já passou dos 80 milhões). Já no sub-titulo eles contam que foi inspirado numa história real acontecida e que deu origem também a um filme japonês, Nankyoku Monogatari ou Antartica de Toshiro Ishido, de 83. Ou seja, a história real sucedeu com japoneses e não na época onde se situa a história (que seria 93 - Foi preciso pesquisar para descobrir que isto sucedeu em 1958). A fita tinha música de Vangelis e os dois cães centrais, chamados Taro e Jiro se tornam celebridades no Japão (o filme concorreu ao Festival de Berlim).

Certamente essa foi uma das muitas liberdades que o filme tomou para se tornar mais interessante e emocionante (outra que apontaram: na Antártida grande parte do tempo seria escuro por causa de sua localização embora os Huskies fiquem quase sempre de dia, a não ser numa cena com a Aurora Boreal). Enfim, este é um filme indicado para os Dog Lovers que podem ate chorar um pouco.

Aqui se conta a história de um treinador de cães para trenó (o inexpressivo Walker) que leva um cientista americano em busca de meteoritos (Greenwood) mesmo correndo riscos porque o gelo já esta ficando fino e o inverno se aproximando. Acontece que o cientista fica ferido e o herói também se machuca com o frio. Ambos são levados as pressas para um hospital, enquanto todos os militares da Base já vão se retirando por causa das más condições do tempo. O problema é que deixaram para trás os cachorros, na promessa de que retornariam para busca-los. Isso não acontece e o guia não se conforma. Faz tudo para conseguir viagem ou verbas, mas não dá certo. Enquanto isso, acompanhamos a luta dos cães para sobreviverem por seis meses de inverno (são oito cães e já fomos apresentados a eles pelos nomes desde o começo do filme). Passam frio, fome, enfrentam focas ferozes , assaltam estações de emergência. E não vou contar o final, basta dizer que o filme é longo mas satisfatório.

É ajudado por efeitos digitais (que além de melhorarem as expressões dos cães, também possibilitam cenas difíceis como a caça aos pássaros. Mas não convence nada na figura da Foca agressiva que ficou com cara de monstro de Terror C). Jason Biggs (American Pie) perdeu o estrelato ficando reduzido a alivio cômico no papel do amigo melhor amigo nerd que faz gracinhas. O interesse romântico é fornecido por uma atriz que desconhecida que é mestiça de coreana, irlandês e holandesa, Moon Bloodgood (e que tem 11 outros filmes no curriculum). Ou seja, uma boa aventura Disney, adequada a crianças e adultos.

Por Rubens Ewald Filho