18
de junho de
2004
Não é melhor
do que o primeiro porque não tem a mesma originalidade
e surpresa. Mas merece o sucesso espetacular que vem fazendo
nos Estados Unidos (tanto que já estão preparando
os capítulos 3 e 4, no melhor estilo Saga tipo Senhor
dos Anéis segundo afirma o produtor Jeffrey Katzenberg).
É engraçado,
inteligente, bem bolado, diverte crianças e adultos. É uma
pena que das 500 cópias
em circulação no Brasil apenas quinze por cento
delas serão no inglês original legendado.
De
todos os filmes de animação, até mais
do que na Disney, Shrek depende muito das vozes originais.
Não
apenas o visual dos personagens é inspirado nos atores
que fazem as vozes como mais do que em outros, eles participam
diretamente de sua promoção (e também
ganham maiores salários por isso). Talvez por isso mesmo,
ousa-se dizer que a melhor criação no cinema
de Eddie Murphy seja como o burro (como ele diz uma criatura
falante e chata).
Mas
que desta vez tem um rival para concorrer. O espanhol Antonio
Banderas está ótimo como o Gato de Botas, que surge
no meio da história e rouba todas as cenas em que aparece
(ele e o Burro até compartilham o número musical
final).
O filme
custa um pouco a engrenar, iniciando com um prólogo
com o Príncipe Encantado (Ruppert Everett) que será o
filho da Fada Madrinha (a inglesa Jennifer Saunders, do seriado
Absolutely Fabulous e para mim a figura menos brilhante
do elenco). No final das contas, ela é a vilã,
manipulando poções mágicas e adivinhações,
fazendo chantagem com o Rei da Terra de Tão, Tão
Distante (Não é erro é mesmo duplo!) - que
se parece muito com Los Angeles e Hollywood - para que a Princesa
deixa seu amado Ogro.
Mais
do que o primeiro ainda, este Shrek 2 é uma história
de amor, em que o casal luta para não se separar contra
todas as conspirações e interferências, até mesmo
a insistência que as pessoas tem em torna-los bonitos.
Funciona porque é repleto de citações de
cultura pop (de tudo, apresentadores (Joan Rivers, aquela que
comenta os vestidos para o canal E! nos tapetes vermelhos), marcas,
filmes (como Flashdance), canções (como Tomorrow do musical Annie) e principalmente contos infantis (na aventura
final entram Pinóquio, os Três Porquinhos, o Muffin
Man). Mas é sucesso mesmo porque é divertido e
pode-se mesmo assisti-lo duas ou mais vezes com prazer. Ah, um
detalhe importante: não saia correndo do cinema porque
depois dos primeiros créditos do filme há ainda
um adendo com o Burro e sua família. Não perca.
Por Rubens Ewald Filho
(VEJA
MAIS FOTOS)
|