26
de janeiro de 2006
Achei
que este ia direto para Home Video depois de seu
retumbante fracasso nos EUA (não passou dos
12 milhões de dólares de renda mesmo
sendo filme de estúdio). Até porque
não há razão para assistí-lo,
a não ser para se contemplar a total falta
de sentido em rodá-lo. O que estava pensando
o diretor Gore Verbinski (de Piratas do Caribe)?
Como este roteiro árido e desagradável
de Steve Conrad, poderia atingir um público
mais amplo?
Basicamente é a história de um chato
por quem ninguém se interessa. É o
homem do tempo da televisão na região
de Chicago (onde o filme foi rodado) que é um
cara neutro, sem graça, que não consegue
esquecer a ex-mulher (Hope Davis) e não se
entende com a filha gorda (a quem vai ensinar arco
e flecha, que parece servir de alegoria para a trama.
Acertar no alvo, sacaram! Será possível
coisa mais boba). E tem também um filho que
está sendo seduzido por um pedófilo
(outra trama desagradável, principalmente
quando é mal desenvolvida como aqui). E sem
esquecer o velho pai que está morrendo de
câncer (o ilustre Michael Caine).
Como é possível
um personagem desses dar uma virada é coisa
de cinema (alguém
como ele já mais ganharia uma promoção,
porque até então o filme só acentua
seus defeitos). Não consigo pensar num ator
menos adequado para um drama existencial ou um personagem
antipático destes do que Nicolas Cage. Bem
o tipo do homem que vive levando arremessos de sorvetes
na rua.
A moral de que auto-estima, valorização
e falta de profissionalismo (ele nem é meteorologista,
recebe tudo pronto) só ajuda a tornar a fita
chata e depressiva, sem nunca alcançar a humanidade
ou singeleza ou mesmo a verdade.
Tudo
me pareceu postiço, artificial, exagerado, inverossímil,
dispensável. A melhor coisa é o poético
título nacional.
Por
Rubens Ewald Filho