13
de junho de
2005
Que
tal passar duas horas com duas das pessoas mais bonitas do mundo?
Não
importa a história. Basta saber que a dupla Angelina Jolie
e Brad Pitt, está no
auge da forma, da fotogenia, do encanto, embalados num filme
que custou quase 140 milhões de dólares. E pronto,
qualquer um vai ter prazer em desfrutar tão seleta companhia.
Mesmo que fique óbvio que os realizadores não tem
a menor idéia de que história estão querendo
contar.
De
uma certa altura em diante, devem ter largado a mão
e relaxado. Deixa pra lá, este é um antiquado “veiculo
para duas estrelas” e o que importa é que elas estejam
bonitas e charmosas, esqueçam a história previsível,
inverossímil, inclusive amoral (afinal de contas, trata-se
de um casal de assassinos profissionais que a gente supostamente
tem que gostar e torcer). Há muitas histórias sobre
a produção deste filme: que foi interrompido para
Brad completar Doze Homens e Outro Segredo, depois conflitos
abertos com o diretor Doug Liman (A Identidade Bourne), que foi
acusado de não saber o que queria. Tudo isso acaba inflando
o filme para expectativas que ele nunca pretendeu cumprir. É apenas
um passatempo de luxo, com uma história já muito
conhecida (já feita várias vezes antes, mas notadamente
em A Honra do Poderoso Prizzi de John Huston, em
que Kathleen Turner e Jack Nicholson também eram assassinos
profissionais a serviço, no caso, da Máfia, que
são casados e descobrem a profissão do parceiro
só quando são indicados para se matarem mutuamente).
E já temos aí o resumo da história. A dupla
se conhece em Bogotá, e cinco ou seis anos depois (piada
da fita) eles estão casados e em crise (a história
toda é contada com a dupla falando para um psiquiatra
/ conselheiro matrimonial, de quem não vemos o rosto).
Depois de 40 minutos de conversa fiada, finalmente descobrem
as respectivas profissões e aí procuram realmente
se matar (embora se gostem). Curiosamente o filme, quase não
tem coadjuvantes. Angelina tem uma equipe de anônimas ajudantes,
Brad tem um parceiro (Vince Vaughn, que encontrou seu espaço
no papel do chato), a vítima que provoca tudo é o
rapazinho (Brody) de “The O.C.” (aliás, Liman
também é o produtor da série e dirigiu episódios).
Mas ninguém tem nada a fazer, porque o filme é inteiramente
em cima do casal. Brad consegue ficar casual e relaxado, consciente
de que o filme é de Angelina (Nicole Kidman é quem
ia fazer o papel originalmente), que nunca esteve tão
bonita e atraente. Embora me pareça frágil demais
para tanto tiroteio, perseguições e confusão.
De
qualquer forma, o filme é bastante divertido e agradável
de assistir. Dá para passar um sábado à noite
no cinema com o casal.
Por Rubens Ewald Filho
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