SYLVIA, PAIXÕES ALÉM DAS PALAVRAS (SYLVIA)

12 de abril de 2004

Chegaram a iniciar uma débil tentativa de fazer campanha para Gwyneth Paltrow ser indicada ao Oscar por sua interpretação neste drama biográfico que foi total fracasso nos EUA. Mas não foi adiantou, nem era o caso. Estranhamente Paltrow anda passiva e desinteressada, até mesmo num filme e personagem interessantes. A poetisa americana Sylvia Plath 1932-63 (The Bell Jar) lembrada tanto por seus textos depressivos quanto por seu suicídio. Realizado por uma mulher Christine Jeffs, neozelandesa que tinha estreado com uma fita inédita aqui, Rain (2001).

O filme não chega a ser ruim. É frio, não dá uma idéia clara do talento da escritora (poema é uma coisa difícil de traduzir mas pelo jeito o que torpedeou o projeto foi o fato de que a filha de Sylvia, Frieda recusou cooperar com o projeto não permitindo que nenhum poema da mãe fosse usado no filme. Além de denunciar o projeto) mas faz questão de relatar a vida depressiva de Sylvia, estudante americana em Cambridge que se casa com um outro poeta e professor o inglês, Ted Hughes, que lhe é extremamente infiel. Talvez com certa razão porque não parece fácil suportá-la. No papel está o inglês Daniel Craig, revelado em Lara Croft I e Caminho para Perdição.

É engraçado como tendo assistido o filme em DVD americano há algumas semanas, ele me deixou poucas lembranças. Tem Blythe Danner, mãe de Gwyneth fazendo a mãe de Sylvia.

Mas muita coisa não é dita. Hughes ficou como culpado da morte da heroína (principalmente pelos fãs póstumos dela. Em vida, Sylvia foi pouco lida) embora viesse a ser depois O Poeta Laureado da Inglaterra. Depois ele se casou com sua amante (que eventualmente também se suicidou!). Queimou os diários de Sylvia e editou seus poemas. (talvez mexendo neles). Como biografia de escritores eu certamente prefiro outros (como o recente Íris). Mas é difícil encontrar alguém que como Sylvia, a vida e a obra, estejam tão interligados e tão superficialmente explicados na tela.

Por Rubens Ewald Filho