Três Enterros (The Three Burials of Melquiades Estrada)
 


05 de maio de 2006

Não é dos títulos mais atraentes (o que pode explicar porque foi mal na estréia aqui). Mesmo assim este faroeste moderno (em que alguns tentaram ver alguma semelhança com Brokeback Mountain, forçando uma relação homossexual entre os personagens) teve excelentes criticas, foi premiado em Cannes até em excesso (melhor ator para Tommy, embora este faça o de sempre e melhor roteiro para Guillermo Arriaga, o mexicano que escreveu 21 Gramas e Amores Perros e que faz o papel de Juan).Mas ficou fora do Oscar.

No final das contas, é um filme digno, correto, mas não especial. Sua história lembra muito a literatura latino americana, contando com um veterano Cowboy Peter Perkins (Jones) cumpre uma promessa para seu melhor amigo Melquiades Estrada (Julio Cedillo) para enterra-lo em sua terra natal no México, no Norte de Chihuaha. É o começo de uma longa saga que realmente passa por três enterros, varias peripécias e problemas, tudo num ritmo meio lento.

É uma história de honra, lealdade, um pouco de loucura onde alguns viram traços de John Huston e Sam Peckipah. Estão corretos. Na verdade, os dois protagonistas nem são assim tão amigos. Jones trabalha com gado e contrata um emigrante ilegal. Quando este é morto num incidente estúpido com um guarda de fronteira novato e vê que o juiz local vai ignorar o fato, resolve tomar a justiça em suas próprias mãos (teria preferido que no papel do guarda estivesse um ator menos marcado por papeis de bandidos e psicopatas como é o caso de Pepper). Nessa terra de homens encontram duas mulheres, Lou (January) , a esposa do patrulheiro e Rachel (Melissa),casada com o dono do restaurante mas disponível a tarde para um sexo casual num motel. O forte do filme é quando ele seqüestra o patrulheiro , desenterra o corpo e parte numa longa viagem cheia de peripécias. Muito masculino, violento, falado parcialmente em espanhol, bastante lento e quase anti-western, longe de qualquer blockbuster, este é um filme para ser descoberto.

Por Rubens Ewald Filho

| topo da página |