26
de janeiro de 2006
Sem
dúvida, não há nada de novo
nesta história que revitaliza um velho clichê:
a história da volta para casa, no caso para
um feriado prolongado (Natal e Ano Novo). Todo mundo
passa por isso ou coisa parecida, então é fácil
se identificar com os personagens e situações.
Foi o que certamente pensou seu autor, Thomas Bezucha
(que eu conheci há alguns anos, quando fez
seu filme de estréia, que passou em Sundance,
Big Éden).
Cansado da vida de independente, ele tentou se fixar
numa história humana, com momentos divertidos
e outros tristes, e o resultado é mais que
estimável, o público, principalmente
as mulheres, irá apreciá-lo.
No
caso, quem vem para o Natal é o filho mais
velho, até então solteirão e
bem-sucedido (o roteiro não entra muito em
detalhes sobre ninguém, deixa tudo subentendido,
mas não esquece de ser politicamente correto
ao mostrar um dos filhos que é homossexual,
e tem um caso há muito tempo, supõe-se
que com um negro. Para completar, o filho ainda é deficiente
auditivo. Uma das cenas mais fortes do filme é quando
ele é ofendido, mesmo que sem querer e de
forma desajeitada). Bom, voltando ao assunto, o filho
mais velho Everett traz, para a família conhecer,
uma mulher sofisticada que parece trabalhar numa
revista, em marketing (como disse tudo fica meio
no ar), mas é uma mulher chata e cheia de
conceitos e preconceitos. Quem faz o papel é Sarah
Jessica Parker, que tem o ingrato dever de tentar
se livrar da imagem que deu certo em Sex
and the City (embora ainda tenha coisas da Carrie
daquela série, parece que impressionou bem,
já que teve indicação ao Globo
de Ouro de comediante). Só que, ao chegar,
ela é imediatamente odiada e desprezada, principalmente
pela irmã caçula (Rachel McAdams, de
Diário
de uma Paixão, confirmando o talento),
e começa a cometer gafes e erros.
Para
complicar, ela resolve chamar, também
sem muita razão, uma irmã (que é Claire
Danes, que em nada se parece com Sarah, jamais seriam
irmãs!), e criar casos que vão se tornando
cada vez mais graves. Ainda mais porque a mãe
da família (uma Diane Keaton discreta demais)
tem problemas de saúde (e a cena dela com
o marido, onde se revela a natureza desse problema, é a
mais bonita do filme).
Longe
de ser uma comédia rasgada, uma chanchada
como temos visto tantas, o filme funciona bastante
para quem estiver disposto a disponibilizar esse
tipo de emoção.
Por
Rubens Ewald Filho