16
de setembro de 2005
Se
você tem medo de avião, esquece. Este é o tipo do filme fácil de ver,
um bom momento de suspense, que depois será uma
excelente diversão em vôos aéreos!
Claro
que estou brincando, um avião é o
ultimo lugar onde você poderá assistir
este novo thriller do mestre do terror Wes Craven
(das séries Pânico e
A Hora do Pesadelo).
Na verdade, a princípio parece um pouco uma
das fitas da antiga série Aeroporto,
já que leva um tempinho para estabelecer os
personagens e suas relações pessoais.
Mas, não é bem isso que interessa.
Logo tudo se revela.
O
filme embora absorva os problemas de se viajar de
avião atualmente (vários personagens
reclamam), passa por cima da segurança, em
função dos terroristas, talvez por
ser um assunto ainda sério demais para um
passatempo.
No fundo, é basicamente um suspense à moda
antiga, com uma heroína competente e destemida,
Lisa, uma espécie de gerente de um hotel de
luxo de Miami, que tem que pegar um vôo noturno
(aquele que nos EUA chamam de Red Eye, [Olho
Vermelho]).
Acontece que, já na fila ela fica conhecendo
um sujeito galante (feito por Cillian Murphy que
com seus penetrantes olhos azuis, não pode
ser boa bisca, ainda mais depois de ter sido o principal
vilão de Batman Returns).
Logo na partida, sentado ao lado dela, ele explica:
se ela não ligar para Miami e conseguir que
um político encarregado da luta contra o terrorismo
mude para uma suíte mais adequada (e mais
vulnerável a um ataque), o pai dela morrerá (quem
o interpreta como contraponto da trama, é o
excelente inglês Brian Cox).
Pronto, é só isso, não tem bomba
a bordo, apenas a confusão habitual com a
passageira que pede ajuda para colocar a mala no
bagageiro, a velha que puxa conversa, a menina que
deseja ir ao banheiro, as aeromoças que estão
ficando cada vez menos corteses.
Portanto, não é como parece, um filme
sobre atentados. Mas a história de uma moça
corajosa em perigo, que faz tudo para enganar e enfrentar
um chantagista perigoso. Que funciona porque é muito
rápido (o filme nem tem hora e meia), o elenco é bom
(Rachel, que é meio estranha, não especialmente
bonita, confirma o talento que demonstrou em Diário
de uma Paixão) e a direção
firme e competente.
Até com alivio cômico.
E
como sempre, não chega a dizer que viajar
de avião
seja muito perigoso, não ousando fazer propaganda
contra uma indústria americana. Uma coisa
rara em Hollywood: o autor da história e roteiro
Carl Ellsworth, um estreante, foi o único
a mexer no script (ele e Craven tem pontas como passageiros).
Ou
seja, um filme pequeno mas legal, perfeito para fãs
do gênero.
Por
Rubens Ewald Filho