Direto da Netflix: Misterio No Meditteraneo

O 6o. filme de Adam Sandler pela Netflix envereda pela par?dia dos romances policiais alcan?ando a impressionante marca de mais de 30 milhoes de acessos mundiais em 3 dias de lan?amento

14/07/2019 21:27 Por Adilson de Carvalho Santos
Direto da Netflix: Misterio No Meditteraneo

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 O 6º filme de Adam Sandler pela Netflix envereda pela paródia dos romances policiais alcançando a impressionante marca de mais de 30 milhões de acessos mundiais em três dias de lançamento, superando o recorde anterior que pertencia a “Operação Fronteira”, com Ben Affleck e Oscar Isaac e, antes a “Bird Box” com Sandra Bullock. O filme de Sandler, lançado em 14 de junho, tem de fato o mérito de ser melhor que as incursões anteriores do comediante na popular plataforma de streaming, brindando seu reencontro em cena com Jennifer Aniston, com quem teve sucesso nas telas em “Esposa de Mentirinha” (2011).

 Adam Sandler é Nick Spitz, policial novaiorquino que finge ser detetive para a esposa, a cabelereira Audrey (Aniston), a quem promete uma segunda lua de mel para a Europa. No avião, conhecem o misterioso Charles Cavendish (Luke Evans) que os convida para um final de semana no iate do bilionário Malcolm Quince (Terence Stamp). Quando este morre apunhalado, as suspeitas recaem sobre o casal Spitz. O roteiro do filme circulou um tempo com a quase inclusão de Charlize Theron antes de chegar até Adam Sandler, que faz seu papel habitual em uma comédia leve de resultado mediano. A trama brinca com todos os clichês da literatura detetivesca, e o roteiro de James Vanderbilt (Zodíaco, Independence Day o Ressurgimento, O Espetacular Homem Aranha) consegue explorar piadas que já foram vistas com maior sofisticação em filmes como “Assassinato Por Morte” (1974) de Neil Simon. Isso não significa que o filme de Sandler naufrague no mau gosto; pelo contrário, embora o comediante de 51 anos repita seu estilo de “adulto garotão”, ele está mais contido e sua química como Aniston é inegável, com ambos compondo um divertido casal 20 atrapalhado. Na sequência de perseguição de carro, Sandler explode de emoção ao ver uma Ferrari e diz “Sou o Magnum, tenho até bigode”, referência pop da década favorita do ator, e que sempre é mencionada em seus filmes. Claro que é evidente o quanto a história bebe das convenções agatha christianas, não escondendo a homenagem seja no momento de reunir todos os suspeitos ao final, ou a última cena do filme em um certo trem famoso das histórias da escritora inglesa.

 Casais de investigadores já são uma tradição do gênero desde que Dashiell Hammett, escritor norte-americano, criou Nick e Nora Charles em seu romance “The Thin Man” (1934). Agatha Christie, a dama do crime, também escreveu 6 romances com o casal Tommy e Tuppence entre 1922 e 1973 começando com “O Inimigo Secreto”. O que Tommy e Tuppence faziam com genuíno talento investigativo e coragem, Nick e Audrey vão aos troncos e barrancos, desastrosamente enganados e perseguidos pela polícia. Curiosamente a cena de chegada no aeroporto foi gravada em Milão, na Itália, se passando por Málaga na Espanha. Assim, a história se desenrola por belíssimas paisagens turísticas. Nos detalhes, o roteiro também traz seus easter eggs, David Wailliams que interpreta o filho do bilionário Quince também atuou como Tommy na mini-série “Sócios no Crime” (Partners In Crime), adaptação do livro homônimo de Agatha Christie, e Jackie Sandler, esposa de Adam faz uma aparição cameo como uma aeromoça.

 A medida que os assassinatos se seguem é uma despretensiosa diversão chegar ao culpado antes do final revelador, lembrando que uma das virtudes do gênero foi explicitado por George Simenon, romancista belga que disse “Existem inocentes com alma de culpados e culpados com alma de inocentes”. Se alguém se descobrir rindo do humor besteirol de Sandler, não precisa se sentir culpado, pois rir, principalmente nesses tempos conturbados, é sempre um bom remédio.

 

 

 

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Sobre o Colunista:

Adilson de Carvalho Santos

Adilson de Carvalho Santos

Adilson de Carvalho Santos e' professor de Portugues, Literatura e Ingles formado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e pela UNIGRANRIO. Foi assistente e colaborador do maravilhoso critico Rubens Ewald Filho durante 8 anos. Tambem foi um dos autores da revista "Conhecimento Pratico Literatura" da Editora Escala de 2013 a 2017 assinando materias sobre adaptacoes de livros para o cinema e biografias de autores. Colaborou com o jornal "A Tribuna ES". E mail de contato: adilsoncinema@hotmail.com

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