Marcas do Destino

Um drama indicado a todos, que causa emocao e nos faz refletir sobre o her?oi que existe dentro de n?s

10/09/2019 14:54 Por Felipe Brida
Marcas do Destino

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Marcas do Destino (Mask). EUA, 1985, 126 min. Drama. Colorido. Dirigido por Peter Bogdanovich. Distribuição: Classicline

O garoto Rocky Dennis (Eric Stoltz) é portador de uma rara doença chamada leontíase óssea. Seu rosto, completamente desfigurado, assemelha-se a uma máscara. Em meio ao preconceito enfrentado na escola e nas ruas por onde passa, o jovem tem, como amparo e suporte, a mãe, Florence Rusty (Cher), uma mulher viciada em álcool e cocaína. Ela convive com um grupo de motoqueiros selvagens que também estão ao lado de Rocky.  A inabalável determinação do rapaz, mesmo com a doença se agravando, o fará crescer como pessoa, inspirando assim os colegas de classe, professores e amigos.

Esta é a versão do diretor do filme, com seis minutos a mais, que acaba de ser lançada no Brasil pela Classicline (a primeira vez que saiu em DVD aqui foi em 2003 pela Universal, na versão para cinema, com 120 minutos).

O diretor Peter Bogdanovich (dos excelentes “A última sessão de cinema” e “Lua de papel”) soube conduzir com sinceridade e de forma sensível essa história verídica, do jovem Roy L. Dennis, apelidado de Rocky (1961-1978), portador de uma displasia crânio-facial chamada leontíase (doença cujo nome vem da palavra “leão”, devido ao rosto deformado como se fosse uma máscara – daí também o título original, “Mask”). O rapaz enfrentou rejeição por todos os lados (na escola, nas ruas, na vizinhança etc), as pessoas tinham medo de se aproximar. Realmente a face de Rocky causava impacto pela deformidade – seu crânio tinha mais de 60 cm de diâmetro, e a mandíbula chegava a 40 cm. Paralelamente o filme mostra a superação de Rocky para vencer o preconceito e assim ser visto como uma pessoa “normal”. Uma figura importante na vida dele foi a mãe, que, apesar de viciada e ter comportamento explosivo, cuidou do adolescente até os minutos finais.

O drama dá certo pelas incríveis atuações de Eric Stoltz (em início de carreira, então com 24 anos), como Rocky, todo transformado por uma maquiagem impressionante, e da hoje cantora Cher, em seu primeiro papel principal no cinema, na pele da mãe ora equilibrada ora tresloucada.

No elenco, participação de veteranos como Harry Carey Jr., na pele de um motoqueiro, Richard Dysart e a falecida Estelle Getty. Sam Elliott, o ator típico por personagens de cowboy e pistoleiro, faz o padrasto de Rocky, e Laura Dern, com apenas 18 anos, aparece no final como uma menina cega, o interesse romântico do jovem protagonista.

Venceu o único Oscar indicado, o de melhor maquiagem em 1986. Também recebeu duas nomeações ao Globo de Ouro – ator para Stoltz e atriz para Cher. Esta ganhou em Cannes, dividindo o prêmio de atriz com Norma Aleandro pelo argentino “A história oficial”. O diretor Bogdanovich recebeu ainda indicação à Palma de Ouro.

Um drama indicado a todos, que causa emoção e nos faz refletir sobre o herói que existe dentro de nós.

 

 

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Sobre o Colunista:

Felipe Brida

Felipe Brida

Jornalista e especialista em Artes Visuais e Intermeios pela Unicamp. Pesquisador na área de cinema desde 1997. Ministra palestras e minicursos de cinema em faculdades e universidades. Professor de Semiótica e História da Arte no Imes Catanduva (Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva) e coordenador do curso técnico de Arte Dramática no Senac Catanduva. Redator especial dos sites de cinema E-pipoca e Cineminha (UOL). Apresenta o programa semanal Mais Cinema, na Nova TV Catanduva, e mantém as colunas Filme & Arte, na rede "Diário da Região", e Middia Cinema, na Middia Magazine. Escreve para o site Observatório da Imprensa e para o informativo eletrônico Colunas & Notas. Consultor do Brafft - Brazilian Film Festival of Toronto 2009 e do Expressions of Brazil (Canadá). Criador e mantenedor do blog Setor Cinema desde 2003. Como jornalista atuou na rádio Jovem Pan FM Catanduva e no jornal Notícia da Manhã. Ex-comentarista de cinema nas rádios Bandeirantes e Globo AM, foi um dos criadores dos sites Go!Cinema (1998-2000), CINEinCAT (2001-2002) e Webcena (2001-2003), e participa como júri em festivais de cinema de todo o país. Contato: felipebb85@hotmail.com

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