Dia de Rock no Cinema

Vamos lembrar aqui filmes representativos em que o cinema e o Rock caminharam lado a lado

13/07/2020 14:27 Por Adilson de Carvalho Santos
Dia de Rock no Cinema

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Em campanha divulgada na última sexta feira, a Fiat promoveu um clip para seu modelo Strada embalado pelo clássico “Blue Suede Shoes” com direito à presença de Elvis Presley recriado digitalmente e com auxílio de um dos sósias do rei do Rock. Não apenas sinaliza a grande relevância de Elvis para a cultura pop como também chega às vésperas da comemoração do Dia do Rock, 13 de julho, data escolhida em homenagem ao megaevento Live Aid, que aconteceu nesse dia em 1985. Também no mês de julho, no ano de 1954 Elvis gravou a icônica “That’s all right Mama” ao lado de Scott Moore e Bill Black. Vamos lembrar aqui filmes representativos em que o cinema e o Rock caminharam lado a lado:

Rock ao redor das horas: Ainda na década de 50, dois filmes representativos levaram o ritmo eletrizante do rock para as telas. “Sementes da Violência” (Blackboard Jungle) de Richard Brooks trazia Glenn Ford como um professor em um bairro mergulhado na violência. Na trilha sonora os acordes dançantes de Bill Haley & Seus Cometas cantando “Rock Around the Clock”, abafando o rugido do leão da MGM, e com direito a um alerta do estúdio ao perigo da delinquência juvenil, mas esclarecendo que as imagens, embora impactantes, não negavam a fé no sistema escolar americano”. Assim, inaugurou-se uma mudança de ritmo e comportamento que marcaria gerações. Muitas cidades, curioso lembrar, chegaram a proibir a veiculação do Rock n’Roll nos Estados Unidos por ser considerado uma ameaça aos bons costumes e um estímulo à marginalidade juvenil. Não que importasse já que Little Richard (recentemente falecido), Chucky Berry e o próprio Elvis desmoronaram preconceitos e abalaram o sistema. O próprio Bill Haley veio a interpretar a si mesmo no filme “No Balanço das Horas” (Rock Around The Clock) de 1956. O próprio Rei do Rock fez 31 filmes entre 1956 e 1970, embora poucos tenham sido relevantes firmaram sua imagem para gerações que as assistiram no cinema e em infinitas reprises de TV.

 As feras do iê-iê-iê: Nos anos 60 a Beatlemania chegou ao cinema inicialmente com “Os Reis do Iê Iê Iê” (A Hard Day’s Night) de 1964 e “Help” de 1965, em um total de 5 filmes, que exploraram um fenômeno para uma geração que nem sequer tinha a MTV ou VH1 à sua disposição. O diretor Richard Lester registrou os delírios pop de uma época prè – Spotify e que marcou até mesmo a carreira de Phil Collins, que aos 14 anos, aparece rapidamente em uma das sequências de “Os Reis do Iê Iê Iê” (A Hard Day’s Night). Da mesma forma que James Dean simbolizou a rebeldia dos anos 50 em “Juventude Transviada” (Rebel Without a Cause) de 1955, a década de 60 retratou um lado mais comportado do jovem nos filmes da turma da praia com Frankie Avalon e Annete Funnicello a partir de “A Praia dos Amores” (Beach Party) de 1963, ligando o som do Rock às ondas radicais de surfistas embalados pelos Beach Boys. Era o sistema tentando contrabalançar a ameaçadora imagem de sexo, drogas e rock ostentada em filmes como “Sem Destino” (Easy Rider) de 1968 que trazia na trilha sonora nomes como Bob Dylan, Jimmy Hendrix e The Byrds ecoando o espírito contestador e desafiador que desagradava aos conservadores de plantão.

O mundo gira: Ao final da década de 60 e início da 70, o cinema investiu em óperas rock cantando o ritmo com todo o esplendor de uma produção da Broadway representando costumes, crenças e filosofias que se ajustavam aos gritos de uma geração que buscava quebrar convenções. Assim a banda The Who teve seu álbum “Tommy” adaptado para as telas com nomes como Tina Turner, Eric Clapton e Elton John. Tim Rice e Andrew Lloyd Webber mostraram os últimos seis dias de Cristo do ponto de vista de Judas Iscariotes no espetáculo “Jesus Cristo Superstar”. Em 1975 Jim Sherman abusou da irreverência em “Rock Horror Picture Show” parodiando o clima B dos filmes de terror e ficção cientifica, mostrando o quanto o cinema, o teatro e a música se entrelaçavam. Na década de 80 foi a vez do Pink Floyd ter seu álbum “The Wall” transformado em uma super produção musical pelo diretor Alan Parker com resultados impressionantes. A década de 80 ainda viria representada no espetáculo “Rock of Ages”, sucesso na Broadway transposto para o cinema em 2012 com Tom Cruise em caracterizado como astro do Rock cantando “Paradise City” do Guns’n’ Roses além de trazer na trilha sonora sucessos de nomes como Def Leppard, Foreigner, Whitesnake e Twisted Sisters.

Vida e Música: Recentemente as biopics (cinebiografias) de astros da música alcançaram um momento de sucesso no cinema com nomes como Elton John em “Rocketman” (2019), “Bohemian Rhapsody” (2018) mas não esquecemos que o cinema sempre mostrou a trajetória de vários nomes do Rock como a vida do polêmico Jerry Lee Lewis em “A Fera do Rock” (Great Balls of Fire) de 1989 ou a biografia disfarçada de Janis Joplin vivida por Bette Midler em “A Rosa” de 1978. Já se anuncia para breve uma cinebiografia de Elvis, a primeira para a tela grande, mas já abordada em filme e mini series de tv.

Com tanto a dizer só podemos celebrar que o dia do Rock também pode ser o dia de muitas opções de filmes, para todos os gostos, festejando e até mesmo, talvez, contradizendo os versos de Don Mclean na icônica “American Pie”, pois a música ainda não morreu.

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Sobre o Colunista:

Adilson de Carvalho Santos

Adilson de Carvalho Santos

Adilson de Carvalho Santos e' professor de Portugues, Literatura e Ingles formado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e pela UNIGRANRIO. Foi assistente e colaborador do maravilhoso critico Rubens Ewald Filho durante 8 anos. Tambem foi um dos autores da revista "Conhecimento Pratico Literatura" da Editora Escala de 2013 a 2017 assinando materias sobre adaptacoes de livros para o cinema e biografias de autores. Colaborou com o jornal "A Tribuna ES". E mail de contato: adilsoncinema@hotmail.com

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