Crítica sobre o filme "Operação Babá":

Edinho Pasquale
Operação Babá Por Edinho Pasquale
| Data: 25/10/2005
Vamos deixar a hipocrisia de lado e ir direto aos fatos. Existem vários tipos de filmes, ou se preferir, de cinema. Existem os filmes bem legais, com bastante conteúdo e que agradam a todos, os filmes que marcaram época e, por serem até precursores, são chamados de clássicos, recheados de talento. Há aqueles filmes chatos, arrastados que alguns assistem só pra dizer que a “mensagem remete ao sub-consciente da pobreza da... por aí vaiâ€. E os grande blockbusters, aqueles que arrasam quarteirões e enchem os bolsos das produtoras e dos atores (eles nunca ganharam tanto dinheiro) Enfim, vários outros tipos e conceitos. E existe um gênero que é o chamado “desligue o cérebro, divirta-se e esqueça o que viu. Apenas passe algumas horas da sua vida sem se preocupar com nadaâ€. Este é o caso deste filme de Vin Diesel. A história não é relacionada, como já vi alguns comentarem, à era Bush, tentando levar algum conteúdo mais profundo e subliminar. Esqueça. Quem disse isso faz parte daquela turminha que desgosta de tudo que a maioria gosta e adora o que uma “meia dúzia de seis†adoram.

È mais um filme de um ator cujo maior talento são os músculos, especializado em fitas de ação, com muito tiroteio, corridas e barulho. E que de vez em quando tem que mudar a rotina, tentando ser cômico. Um destes atores até virou Governador da Califórnia. Sinal dos tempos. Aliás, ele, o próprio Governador Schwarzenegger, fez um filme relativamente precursor deste aqui, Um Tira no Jardim da Infância, tentando também ser engraçado com a ajuda de um elenco infantil, sem se esquecer de uns tirinhos e perseguições. Neste aqui até atrevo dizer que é uma espécie de refilmagem, só que com outro cenário. Ao invés da escola, uma casa onde o brutamontes tem que cuidar de uma família de rebentos, protegê-las, sem o menor tato, pois é um daqueles combatentes de elite. Claro que há de tudo: perseguições, desentendimentos entre o durão e a pureza das crianças, as crises com os adolescentes. E até referências sonoras de outros filmes. E um esperado final feliz, onde tudo é resolvido. Pronto. Uma hora e meia depois você sai do cinema ou desliga a sua TV e diz: até que foi engraçadinho. Comenta por mais dez minutos e, em seguida, já faz outra coisa e nem se lembra mais do filme. Ah, o diretor Adam Shankman fez outro filme do tipo, A Casa Caiu e Um Amor Para Recordar, com o mesmo propósito. E quem disse que o cinema não serve também pra isso, apenas para se alienar do mundo por alguns momentos? Só não se esqueça, repito, de deixar o preconceito de lado e se permitir desligar o cérebro.