Crítica sobre o filme "Espanglês":

Edinho Pasquale
Espanglês Por Edinho Pasquale
| Data: 30/10/2005

O diretor James L. Brooks já ganhou Oscar por Melhor é Impossível e Laços de Ternura, mas continua produzindo séries de TV (como Os Simpsons) e também, de vez em quando, faz bobagem. Como esta comédia sem inspiração, que foi ignorada por todos os críticos e também não fez sucesso de bilheteria, apesar de ter sido estrelada pelo popular Adam Sandler (que é como Jim Carrey, só funciona quando faz comedinhas para seu público, quando experimenta algo diferente quebra a cara). Adam está até que bastante bem, numa variante de seu personagem de criança grande de bom coração, mas pouca coragem. Ele faz um jovem e famoso chef de cozinha que tem um bom restaurante, mas problemas com a mulher chata e insatisfeita (Tea Leoni), a sogra que foi cantora e é alcoólatra (Cloris Leachman), os filhos (o menino mal se vê e a garota pré-adolescente é gorda) e principalmente com a empregada mexicana (feita pela espanhola e linda Paz Vega, de Lucia e o Sexo). Quem narra a história é a filha dessa empregada, que estaria fazendo uma inscrição para a Universidade de Princepton e assim conta sua história. A mãe vem com ela para os EUA e vai trabalhar como empregada doméstica em Beverly Hills, mesmo sem saber falar inglês. A família é excêntrica, mas não muito (os personagens são mal-construídos, as cenas pouco engraçadas e o filme simplesmente não funciona como devia, até porque pega o ponto de vista da latina, sem assumi-lo). Lembra um pouco Down and Out in Beverly Hills, de Mazursky, mas sem o lado satírico.

Evidentemente Adam começa um romance (platônico) com a empregada (mas só depois que a esposa o está traindo com outro). Mas que também não leva a nada. A partir do título (obviamente mistura de Inglês com Espanhol), o filme não funciona. (Rubens Ewald Filho na coluna Clássicos em 13 de janeiro de 2005)