Por Rubens Ewald Filho
| Data: 29/09/2005
Foi grande sucesso de crÃtica nos Estados Unidos este filme colombiano escrito e dirigido por um certo Joshua Marston, montador americano. Mas não é nada especial. Já vi essa história inclusive faz algum tempo, numa fita B para vÃdeo com a Madeleine Stowe (Tropical Snow, 1989), que contava a mesma história, uma garota pobre que aceita ser mula para traficantes de drogas, trazendo cocaÃna no estômago. Aqui, é basicamente isso. Uma garota bonita mas ingênua e voluntariosa, chamada Maria, que topa (sem maiores dificuldades ou escrúpulos) servir de mula. Ela e mais três outras mulheres. Duas chegam bem e uma terceira fica muito doente quando chegam à América (e os traficantes abrem sua barriga para tirar a droga, matando-a). Realizado com aquela fotografia meio esverdeada de fita latina, sem grandes lances ou achados, o filme não traz nada de novo, ou especial. É apenas curioso por revelar uma realidade que poucos conhecem e desvendar um sistema de traficantes sem moral ou escrúpulos. Ainda assim, o final também é discutivelmente positivo. Mas caiu no gosto dos americanos, que acabaram lhe dando prêmios por vezes absurdos. Por exemplo, a jovem estreante Catalina teve uma indicação ao Oscar® de Melhor Atriz, a primeira a concorrer por um papel totalmente em espanhol (ela esta simplesmente natural, discreta, não me parece ter fôlego para fazer uma carreira profissional). Foi também melhor atriz no Festival de Berlim (o filme teve prêmio importante lá também). Prêmio do Público em Sundance, o Independent Spirit de Atriz e Roteiro. (Rubens Ewald Filho na coluna Cinemania)