Crítica sobre o filme "8 Mile - Rua das Desilusões":

Edinho Pasquale
8 Mile - Rua das Desilusões Por Edinho Pasquale
| Data: 22/07/2003
Confesso que comecei a ver este filme cheio de preconceitos. Afinal, o ator principal já foi considerado “um mal para a humanidadeâ€. Também deveria ter levado em conta quem foi o autor da frase. Rap também não é meu estilo preferido de música. Pensei: “vamos lá, trabalho é trabalho...vou ter que agüentar....â€. Mas desde os primeiros minutos do filme comecei a sentir que o “bicho não é tão feio como pareceâ€. Vamos parar então com os meus pensamentos pessoais e, para quem tem, como eu tinha, alguns preconceitos, analisemos o filme.

Eminem em primeiro lugar está bem à vontade no papel, tudo bem que tem muitos toques de autobiografia, mas mesmo assim ele surpreende na tela. A estória nos faz cair na realidade, a vida das ruas (americanas, mas que, nu fundo, não diferem das nossas, aqui talvez seja até mais dura e cruel). O filme, que poderia ser apenas um super videoclipe, tem o que contar, é bem produzido, fui bem até o seu clímax e chega até a emocionar, envolver. Claro que graças ao competente diretor Curtis Hanson, que soube dosar muito bem a trama ao mostrar um musical moderno, realista.

A fotografia é bem realizada, fria como deve ser. Todos os atores estão “em casaâ€, ou seja, naturais. E Kim Bassinger continua ótima. Quanto às músicas, sabe que acabei gostando? Ainda bem que tem legendas... Por mais “ofensivas†que se possa pensar que sejam as letras, tem o seu contexto, por vezes muito distantes de quem não vive as mesmas situações.

Enfim, veja “desarmado†que você assistirá a um bom filme. Se você é fã do Eminem e do Rap, parabéns, afinal, pelo menos ajudaram a mais um “preconceituoso†rever seu erro. E divirtam-se.