Na saÃda me perguntaram, é melhor do que o primeiro? Nem achei possÃvel. Francamente como toda continuação já esperava o pior. Mas como é uma produção de Spielberg, e continua com o mesmo diretor, ainda funciona. É muito bem produzida, tem um roteiro bem humorado e momentos de muita ação. Mas não tem mais Anthony Hopkins (que sumia no primeiro) e apesar de todo mundo achar uma gracinha o menino que escolheram para fazer o filho de Zorro, ele não chega a ser muito aproveitado na história, que em vez de se fixar nele se perde numa trama extremamente complicada, parecendo muito mais história em quadrinhos moderna, do que um mero capa-espada. Extrapolando, sem necessidade, o gênero.
Quando o filme começa, sete anos depois de A Máscara de Zorro, Antonio Banderas continua a ser o Don Alejandro de La Veja, que de vez em quando se veste de Zorro para proteger os oprimidos. Mas certamente influenciado por 11 de setembro o filme ganha contornos patrióticos, situação a ação em 1850, quando o povo da Califórnia esta votando para entrar na União dos Estados Unidos (seria o 31 estado) ainda que numa época difÃcil porque estavam as vésperas da Guerra Civil (Secessão). Ou seja, eles votam numa espécie de plebiscito mas há bandidos que estão interessados em fraudar as eleições (a seqüência inicial é justamente com Zorro lutando para recuperar uma urna roubada). Não se torna muito lógico, o motivo porque Don Alejandro briga com sua mulher Catherine Zeta Jones. Melhor dizendo, por Elena faz tanta confusão para ele largar o personagem, já que estão num momento obviamente tão conflitado e o filho, que não conhece sua identidade secreta, é um rebelde que admira muito Zorro. Parece apenas uma desculpa porque para a história ir adianta é preciso que ela seja convencida por dois sujeitos a ficar longe do marido (quem são eles, é outro modernoso e discutÃvel) e se envolver com um nobre francês, que ostensivamente veio trazer vinhas para a região (Rufus Sewell, difÃcil de reconhecer) . Mas que tem outra agenda (agora inspirada no sucesso de O Código da Vinci, já que envereda por esses misteriosos grupos secretos).
Enfim, o filme não se define muito entre o mero capa–espada, da luta de espadachim (embora o duble de Banderas tenha muito trabalho dando cambalhotas e executando outras estripulias) ou a aventura a la Indiana Jones, com fabricas secretas, trens, explosivos e perseguições. Embora movimentado e bastante divertido, o filme carece de personalidade e não deixa especialmente brilhar seu talentoso casal (que seria capaz de mais, de momentos dramaticamente mais ousados). Mas é uma fita que assiste com prazer e facilidade. (Rubens Ewald Filho na coluna Clássicos de 27 de outubro de 2005)>/b>