Crítica sobre o filme "Wallace & Gromit: A Batalha dos Vegetais":

Rubens Ewald Filho
Wallace & Gromit: A Batalha dos Vegetais Por Rubens Ewald Filho
| Data: 14/03/2006

Não sei se todo mundo conhece os personagens de Wallace e seu cachorro Gromit, criados pelo inglês Nick Park numa série de filmes curtos de animação, sendo que dois deles já ganharam Oscars da categoria (A Close Shave/ O Fio da Navalha [95]; The Wrong Trousers/ As Calças Erradas, [95]). Park tem também outro Oscar de curta de animação por Creatures Comforts (89), mas sob outro tema. E os personagens do detetive Wallace e seu cachorro Gromit apareceram também em outros curtas (o primeiro A Grand Day Out/ Um Grande Passeio (89). Mas eles não existem disponíveis em DVD no Brasil e por se limitam a serem cults por aqui.

Este A Batalha dos Vegetais é seu primeiro longa e como recomendação basta dizer que é da mesma equipe que fez o delicioso A Fuga das Galinhas, um dos meus filmes favoritos, do gênero. É animação, mas de bonecos, não por computador, tudo ainda manual e trabalhoso. Também muito caro (quem tem pago a conta é a Dreamworks). Mas ouça o bom conselho, esta é outra animação que não é apenas para crianças. Não havia gostado nada do trailer e fiquei temeroso que eles não conseguissem sustentar um longa-metragem. Mas felizmente não havia o que temer.

Muito rapidamente a gente se enamora principalmente do fiel cão Gromit (que não diz uma palavra mas tem olhos e orelhas expressivas e está sempre tirando seu dono de problemas). Numa história divertida, se bem que um pouco britânica demais. Os heróis agora têm que impedir que um coelho gigante (que se chama “coelhosomen†como lobisomen) ataque os vegetais de uma vila transtornado a feira que se realiza nela. A moral da história é que os coelhos estão atacando os vegetais e para não matá-los (o vilão é um grotesco caçador cuja voz é feita por Ralph Fiennes) , Wallace inventa um complicado sistema que dá errado. E ele mesmo é que acaba se tornando uma espécie de Coelho Gigante, misto de Lobisomen que ataca cenouras e hortaliças em geral. Naturalmente é uma brincadeira com filmes de terror, e alguns trocadilhos podem escapar na versão dublada.

Mas é uma aventura encantadora, criativa, que não envergonha sua ilustre origem.

Ah, e os adultos também vão vibrar! (Rubens Ewald Filho na coluna Clássicos de 11 de outubro de 2005)