Crítica sobre o filme "Irma Vap - O Retorno":

Edinho Pasquale
Irma Vap - O Retorno Por Edinho Pasquale
| Data: 10/08/2006
Que tal juntar os talentos de Marco Nanini, Ney Latorraca e Carla Camurati, além de uma peça de sucesso por 11 anos? Pois é, todos os ingredientes acabam não engrenando. Baseado na peça “Irma Vapâ€, que ficou 11 naos em cartaz (motivo pelo qual acabou no Guiness Book, se é que isso vale alguma coisa) com um enorme sucesso de público e de crítica, o acerto foi em não reproduzir o impossível, ou seja, o dinamismo, inteligência e graça dos vários personagens e troca de figurinos do ato teatral para a telona.

Aqui a peça acaba sendo um pano de fundo para o roteiro, por vezes falho, mas que acaba, através dos chamados “clichêsâ€, sendo divertido e que não deixam a peteca cair. Carla Camurati tem pouco a fazer, pois dirige dois monstros da interpretação. E quando se exige dela algo a mais, decepciona, como na fraca Direção dos atores Thiago Fragoso (“galã†de “Malhação†e “Xuxa e os Duendes 2â€...!) e Fernando Caruso (praticamente desconhecido). Ela parece até que ficou meio que “vidrada†na interpretação livre de Nanini e Latorraca, sem parecer ter alguma influência nas irregularidades de ambos. Concluindo sobre a Diretora, é apenas burocrática. Talvez super estimada por garantir o retorno do cinema nacional na época Collor (“Sai Satanás!â€) com o filme “Carlota Joaquinaâ€, não repetiu o mesmo sucesso depois.

Mas o filme que tem várias gags (cenas cômicas) acaba sendo uma boa diversão, graças principalmente a Nanini, impecável na interpretação de Cleide, a peonagem verdadeiramente protagonista. Já quando “encarna†o personagem Tony Albuqerque, Nanini não está tão brilhante, talvez pela falta de Direção. Latorraca está apenas razoável, ficando, como de costume, aquém de Nanini (isto já acontecia na montagem da peça). Careteiro e supostamente brilhante pelo seu passado, esqueceu-se da realidade. Foi endeusado por um personagem pífio da TV, o tal Barbosa da TV Pirata (que se revisto em DVD da série, é até ridículo. Este fundamento se aplica para outras apresentações no teatro, como a ridícula apresentação em “O Médico e o Monstroâ€), Em novelas, o grande popularesco divertimento tupiniquim, tem feito igual papel, como no recente trabalho na novela Bang Bang. E que dirá de sua ridícula peruca quando do seu personagem principal do filme, claramente desinteressado pelo seu papel. Se salva apenas quando encarna Odete, mesmo assim, relembra uma personagem de uma novela, “Um Sonho a Mais†como Anabela.

Resumindo, é um filme que entretém, sem ser brilhante, com alguns bons momentos de comédia (como as cenas de Claide quando pede uma “encomenda†no mercado, sua apresentação ao tentar seduzir Leonardo (fragoso), dentre outras.

O filme tem ótima fotografia de Lauro Escorel e acaba sendo uma diversão ingênua, principalmente para quem pode assistir à peça no teatro. E fica uma lembrança: esta foi a última interpretação de Francisco Milani, já debilitado, um dos maiores comediantes brasileiros. Assista sem grandes compromissos, você terá um bom divertimento.