Crítica sobre o filme "Missão: Impossível 3":

Rubens Ewald Filho
Missão: Impossível 3 Por Rubens Ewald Filho
| Data: 10/01/2007

Sai entusiasmado. Achei o filme sensacional, melhor do que os anteriores e provavelmente o melhor filme de ação dos últimos anos. Também a primeira vez em que se faz jus a sua origem, à serie de teve com alguns acréscimos importantes. Os produtores Tom Cruise e sua parceira Paula Wagner fizeram a escolha certa, depois de muita confusão acabaram chamando o talento maior deste momento na televisão, J. J. Abrams, responsável por Alias e por Lost (que aliás também é ótimo, quem duvidar veja a Primeira Temporada em DVD!).

Cruise produziu e estrelou as duas versões anteriores, a de 96, dirigida por Brian de Palma e a de 2006, realizada por John Woo (naturalmente ambas são inspiradas na famosa série de teve de 1955- a 73, que era estrelada por Peter Graves, Barbara Bain, Martin Landau, todos eles ausentes nas versões da tela grande). Mas Cruise passou todos esses anos procurando um diretor adequado para o projeto, já que gosta de variar de realizador. Primeiro chamou David Fincher (Clube da Luta) que largou o projeto para produzir Lords of Dogtown, depois foi a vez de Joe Carnahan que o havia impressionado com Narco (e pensou em Carrie Ann Moss para o elenco). Procurando por um substituído viu na teve episódios da serie Alias e ficou muito impressionado, acabando por contratar o criador dela, J.J. Abrams um nome ainda pouco conhecido para nós. Os atrasos fizeram também que Kenneth Branagh largasse o papel do vilão (e saiu para dirigir As You Like it de Shakespeare). Quem o substituiu foi o recém premiado com o Oscar Phillip Seymour Hoffman (ganhou por Capote) que faz um bandido formidável embora curiosamente apareça pouco (ele já tem uma frase que deve ficar famosa: Quem é você? Tem uma esposa, uma namorada.. Quem quer que ela seja, eu vou encontra-la, vou machuca-la. E depois eu vou te matar na frente dela). A mocinha não é a estrela de teve Keri Russell, de Felicity, também de Abrams (que faz um papel secundário que some logo) mas Michelle Monaghan (Beijos e Tiros) que assumiu quando Scarlett Johansson teve que largar tudo por causa de outros compromissos). O único ator de episódios anteriores que retorna é Ving Rhames mas o elenco tem ainda Laurence Fishburne (Matrix), Billy Crudup, Johnathan Rhys Meyers (Match Point de Woody Allen), Simon Pegg e Maggie Q, todos eles fazendo parte da Equipe. Ou seja, é provável que o grupo como na série volte a participar das próximas aventuras. Outra coisa que eu gostei além da manutenção da velha história da mensagem que se auto destrói (que era uma coisa clássica da série) é que agora se dão ao trabalho de explicar aquela técnica de usarem mascaras perfeitas de certas pessoas (no caso Hoffman). Esse recurso já tinha sido utilizado nos filmes anteriores, mas sempre de forma inconvincente porque faltava a informação que finalmente nos deram.

Pouco se sabia da trama já que ela foi mantida em segredo (a estréia é simultânea com os Estados Unidos e todo o mundo, com tal segredo que a imprensa viu o filme apenas quatro dias antes da estréia). O trailer deixava esperar muita ação e momentos espetaculares e o filme não decepciona. É verdade que começa como se fosse uma série de televisão com uma espécie de teaser, ou seja já começa pelo momento mais emocionante, quando Cruise esta preso vendo sua mulher sendo torturada para ele revelar o destino do chamado Pé de Coelho. Atenção, não é a cena do trailer (que é anterior) mas também muito eficiente, retornando apenas em trechos. Conta-se depois a história. Pela primeira vez ele tem uma história pessoal, conheceu uma médica Julia e esta para se casar com ela, quando é chamando numa missão secreta (a futura esposa não sabe de sua identidade real). E lá vai ele para Berlim para tentar salvar sua pupila Lindsey (Keri) que esta prisioneiro do super traficante de tudo,Owen Davian (Hoffman). Mais tarde, ele terá missões ainda mais arriscadas no Vaticano (grande parte rodada em locais autênticos), numa ponta e viaduto no meio do mar e em Shangai na China (nunca tão mostrada num filme americano antes, tanto as ruelas quanto os arranha céus).

Com 126 minutos, é compacto, nervoso, excitante, muito bem realizado. Apesar da fase ruim de Cruise,que anda desacreditado depois das maluquices que andou fazendo com a namorada Katie Holmes, ele vai continuar a ser ainda o maior astro do cinema atual. Acho que vai piorando como ator, mas continua ótimo como produtor, particularmente no atletismo de sua performance. Um bom começo para o blockbusters de 2006.