Crítica sobre o filme "Alias – 5ª Temporada":

Jorge Saldanha
Alias – 5ª  Temporada Por Jorge Saldanha
| Data: 11/02/2007
Após cinco temporadas a série Alias, o maior sucesso televisivo do produtor/diretor J. J. Abrams antes de Lost, chegou ao seu final já tendo perdido muito da repercussão que teve desde sua primeira temporada, iniciada em 2001. Parte disso pode ser creditado ao arco de fundo envolvendo as profecias e inventos de Rambaldi: as idas e vindas foram tantas que deixaram muitas coisas sem sentido para boa parte dos espectadores, que abandonaram o programa. Outras séries já passaram por isso, como Arquivo X e a própria Lost, que parece estar enveredando pelo mesmo caminho. Outra causa pode ter sido o afastamento de Abrams da supervisão, para dedicar-se a novos projetos - Lost e Missão: Impossível 3. Mas para mim o grande erro tático foi mesmo terem destruído a SD-6 (uma organização que para a maior parte de seus agentes, inclusive Sidney, era um braço da CIA, mas na verdade fazia parte da organização terrorista "Aliança dos 12") prematuramente, já na metade da segunda temporada. Isso levou a série a mudar bastante de rumo a partir de então, principalmente na terceira temporada. Na quarta houve uma tentativa de retomar ao formato original, com Sidney e seus colegas voltando a trabalhar sob as ordens de Sloane (Ron Rifkin) numa divisão black-ops da CIA, a APO (Authorized Personnel Only), como nos tempos da SD-6. De qualquer modo, ao longo de sua exibição a série soube manter suas características básicas - os toques da clássica série Missão: Impossível (que curiosamente levaram o astro Tom Cruise, após assistir Alias, a contratar Abrams para dirigir o filme Missão: Impossível 3) e de James Bond, os disfarces da agente Sidney Bristow, as missões ao redor do mundo, as esmeradas cenas de ação e a abordagem do lado emotivo dos personagens. Apesar dos protestos dos fãs, a decisão de encerrar o programa na quinta temporada foi a mais acertada, já que ele saiu do ar por cima, ainda mantendo um bom nível de qualidade. Afinal, apesar dos percalços na produção (as filmagens tiveram de ser suspensas no período em que Garner se afastou para dar à luz), esta última temporada é das melhores de toda a série. A gravidez da atriz foi incorporada à trama, e como Sidney/Garner não poderia mais participar tão ativamente da ação, novos agentes entraram em cena: Rachel Gibson (Rachel Nichols) e Tom Grace (Balthazar Getty), além da free lancer francesa Renée Rienne (Elodie Bouchez). Surgem os vilões Gordon Dean (Tyrees Allen) e seu braço direito, a fria assassina Peyton (Amy Acker, a Fred da série Angel). Personagens de temporadas anteriores retornam, como o amigo de Sidney Will Tippin (Bradley Cooper), a irmã Nadia (Mia Maestro), os vilões Ana Espinosa (Gina Torres, que usa o "Projeto Helix" para se tornar sósia de Sidney) e Sark (David Anders), e como não poderia deixar de faltar no grand finale, a incomparável Irina Derevko (Lena Olin).