Por Jorge Saldanha
| Data: 24/02/2007
Nesta terceira temporada a série Nip/Tuck, criada por Ryan Murphy e exibida no Brasil pelo canal pago Fox, afasta-se um pouco de seu formato de soap opera perversa e irônica, aproximando-se mais do suspense policial. Temos os habituais dramas pessoais dos personagens - Sean, ainda apaixonado por Julia (Joely Richardson), se divorcia dela e tem um caso com a ex-amante de um mafioso; Christian, em crise e sem condições de trabalhar após o ataque do Carver, dá lugar na clÃnica ao cirurgião Quentin Costa (o brasileiro Bruno Campos); Matt, o filho de Sean, ainda se recuperando do caso com a transexual Ava, agride um gay, torna-se skinhead e envolve-se com uma garota filha de um racista; uma bela policial, investigando os crimes do Carver, se intromete na vida dos médicos; Gina convence Julia a abrir um spa para pacientes que se recobram de cirurgias plásticas, e ambas inventam um creme miraculoso à base de... esperma; e por aà vai. O desfile de temas adultos continua, bem como os casos cirúrgicos atendidos na clÃnica - há até um transplante de rosto, fato atualmente em evidência. Mas o mote principal da temporada sem dúvida são as ações do Carver (traduzido como "Escultor") e as investigações para descobrir sua verdadeira identidade e capturá-lo. Para os brasileiros, sem dúvida é um atrativo à parte a participação fixa do ator Bruno Campos (O Quatrilho), cujo personagem, que apareceu brevemente na segunda temporada, aos poucos vai se revelando um mau-caráter. Mas esta terceira temporada foi por muitos criticada pela ênfase ao serial killer, que por vezes deu à série um ar de Seven - Os Sete Pecados Capitais e Jogos Mortais - especialmente no episódio final. Mesmo assim Nip / Tuck (ou Estética, na versão brasileira exibida pelo SBT), continua sendo um produto diferenciado por seus valores de produção e ousadia.