Foi o vencedor do Festival de Gramado de 2004 nas categorias de melhor filme, fotografia, direção de arte, trilha musical , roteiro e público. Era do júri e posso explicar que, o que mais me impressionou, foi que conhecia bem o livro original de Helena Morley, que deu origem ao filme considerado um dos clássicos da literatura brasileira.
Uma vez me convidaram para adaptar para novela de televisão, e eu recusei por uma razão simples: Não tem história, argumento, trama.É basicamente um retrato de época, encantador, mas sem ação. Mas a diretora Helena (que havia feito um ótimo documentário sobre Carmen Miranda, "Banana is my Business") e Elena Soarez, conseguiram inventar uma trama bastante convincente, sem forçar a barra demais. Em Diamantina, no interior de Minas, no final do século 19, uma menina, quase adolescente chamada Helena (o livro é autobiográfico) vive com a famÃlia; o pai que vive perdendo dinheiro no garimpo (Dalton Vigh), e os parentes que são de origem inglêsa. Além de ser a neta preferida da avó. Como não tem uma história forte, o filme deveria se sustentar pelo elenco, que se não compromete, tampouco acrescenta. E erra no principal, que é a figura de Ludmila Dayer, atualmente no SBT, que é grande, adulta demais para o personagem, sem passar a ternura, complexidade e ambigüidades de uma adolescente daquela época e situação.
É
uma falha que atrapalha bastante um filme que tinha
tudo para ser romântico e encantador.
(Rubens Ewald Filho na coluna Clássicos de 07 de outubro de 2005)