Esperava-se muito pouco deste sexto filme da série Rocky, o Lutador, que tinha a finalidade de promover o retorno de Sylvester Stallone depois de uma ausência provocada por filmes ruins, idade avançada (60), perda de tipo (as plásticas ajudaram a deformar ainda mais seu rosto), falta de credibilidade (a ultima coisa que fez foi um programa de Reality TV). Ao contrário do rival Schwarzenegger que conseguiu ser governador da Califórnia, até reeleito, Stallone amargurou um exÃlio e decadência que o deixou aflito e ansioso por um “comebackâ€. Rocky V de 1990 é considerado o mais fraco de todos da série.
Considerando tudo isso, este Rocky Balboa é melhor do que se poderia imaginar. Bem feito, bem narrado, até um pouco triste e melancólico, apesar de não fugir de certos clichês. O herói agora esta viúvo e triste (a mulher aparece apenas em fotos e detalhes), dirigindo um restaurante e afastado do filho único que resolveu ser executivo envergonhado do pai (Milo, de Heroes). Também conhece uma moça a quem primeiro protege e depois com quem começa um romance. Mas a trama central é sobre um canal de esportes que resolve fazer uma daquelas brincadeiras hipotéticas, imaginando como seria uma luta entre o ex-campeão Rocky contra o atual campeão o negro Mason The Line Dixon. Então faz esse luta simulada por computador fazendo Rocky voltar a ser assunto e eventualmente até voltar a lutar.
Não chegamos ao clÃmax do primeiro filme (que estranhamente ganhou até Oscar de melhor fita do ano) nem aos extremos do Olho do Tigre de episódios anteriores. Mas tudo é bem profissional e francamente não incomoda. Nem mesmo Stallone , que esta ligeiramente patético mas não a ponto de incomodar. Relativo sucesso de bilheteria nos EUA, não teve indicações ao Oscar. (Rubens Ewald Filho na coluna Clássicos de 17 de fevereiro de 2007)