Por Rubens Ewald Filho
| Data: 16/06/2007
Fez sucesso nos Estados Unidos (23 milhões de dólares muito bom para o gênero) por causa de sua mensagem apocalÃptica, prevenindo sobre o perigo do aquecimento global e o descongelamento dos pólos. Na verdade, minha critica ao filme é justamente não ser tão assustador quanto o assunto requer, diluindo o impacto das denuncias (feitas durante a gravação de uma palestra do ex-vice presidente Al Gore, que se dedica ao tema). É que de vez em quando eles fazem intervalos acompanhando Gore em suas viagens, revelando candidamente momentos de sua vida particular e problemas pessoais (quase perdeu um filho pequeno em atropelamento, a irmã morreu de câncer no pulmão enquanto o pai dele plantava fumo!). Mas não há dúvidas, ou fazemos algo urgente ou vamos ser inundando por enchentes e desordens climáticas. A terra reclama dos maus tratos que insistimos em atingi-la. Por isso é até melhor ler o livro de mesmo nome que é mais informativo (ou mesmo esperar o DVD que já saiu nos EUA que tem dados novos e informações mais recentes).
O problema é que não posso garantir que o mundo vai agüentar até lá. Não há duvida porém que a Terra e certamente os Estados Unidos estaria em muito melhor situação se Al Gore tivesse ganhado a eleição contra Bush, naquela situação constrangedora e embaraçosa, nunca bem explicada, dos votos da Flórida. Como se pode perceber pelo filme e por sua recente visita ao Brasil, ele é um homem sensato, discreto, que como todo polÃtico sabe se apresentar em publico e falar com humor e timig precisos. Assim acompanhar sua palestra é fácil porque faz tudo com ironia e precisão. Chegando a conclusão nada inesperada que o tema do aquecimento global não é controverso, não há duvidas a respeito, apenas uma campanha de desinformação provocada pelas companhias petrolÃferas e que tais, mais ou menos como fizeram por anos com o cigarro. Os interlúdios com ele, fazem uma tentativa de humanizá-lo, mas também de canonizá-lo, o que não deixa de ser irritante.
Quanto ao documentário realizado pelo herdeiro da famosa famÃlia Guggenheim tem a proposta de nos assustar, informar, fazer pensar e tomar uma atitude. Até nos letreiros finais onde da algumas sugestões para agirmos por conta própria contra a emissão de gás carbônico. Ou seja, vamos mudar o mundo antes que ele se acabe, ou vamos pagar o preço por isso. E não será nada agradável. (Rubens Ewald Filho na coluna Clássicos de 28 de novembro de 2006)