Esta é nova incursão no cinema da produtora Walden Books (a anterior foi o fraco A Menina e o Porquinho e a mais bem sucedida Crônica de Nárnia). Dirigido por um húngaro até agora apenas produtor e a roteirista de filmes de animação com os Rugrats e Thornberrys e baseada em livro premiado de Katherine Paterson (que nasceu na China), que co-adaptado por um filho dela David Paterson. Na verdade, é o tipo do filme que eu iria assistir só depois em DVD, mas as crÃticas favoráveis de colegas me chamaram a atenção. É um filme difÃcil de definir o target, a idade, não serve para crianças pequenas e pode ser sentimental para meninos (ou seja, garotas pré-adolescentes tem mais chance). Adultos também podem se aborrecer. Até porque nada tem a ver com Narnia e sua produção chega a ser modesta.
Mas para alguns pode ser bonitinho e mesmo pode provocar choros. Mas acho que estou cÃnico demais para embarcar nessa. O menino Joss (de Zathura) faz um menino do interior (por alguma razão o filme foi rodado na Nova Zelândia, possivelmente economia) que tem problemas com falta de dinheiro, várias irmãs (só a mais novinha é que tem participação na historia) e um pai que não o compreende (a mãe pouco faz, o que não deixa de ser um problema). Na escola é atormentado pelos bullies os mais velhos que abusam dos mais novos (e que pelo jeito virou praga americana que eles estão exportando para nos). Mas faz amizade com uma menina recém chegada (a charmosa Anne Sophie que fez A Fantastica Fabrica de Chocolate) que o ensina o valor da imaginação (o que deveria ser meio óbvio já que o menino gosta de desenhar). Juntos, eles inventam uma terra na floresta que será a Terabithia, eventualmente habitada por Trolls gigantes, esquilos voadores e outras criaturas que eles inventaram e eventualmente enfrentam.
Até que seria uma historia simpática, caso o filme e suponho o livro não mudasse bruscamente de rumo com uma morte trágica que desequilibra todo o filme. Vira outra coisa, um drama para chorar com cara de telefilme. E os dois nunca se unem de uma forma coerente ou convincente. Está certo que é importante a criança ficar sabendo que a morte faz parte da vida, mas aqui ela simplesmente parece errada e fora de hora. Derruba o que poderia ser um simpático filme de aventura juvenil, sobre o poder da imaginação contra a dura realidade. Admito, porém que posso ter gostado menos filme porque assisti a versão dublada (por dois atores juvenis que por sinal não conheço) e me irritou profundamente a menina ficar sibilando o tempo todo no pior carioquês. Antigamente ao menos quando se dublava se tentava dar a voz o tom mais neutro possÃvel. Rubens Ewald Filho na coluna Clássicos de 20 de abril de 2007)