Crítica sobre o filme "House – 2ª Temporada":

Jorge Saldanha
House – 2ª Temporada Por Jorge Saldanha
| Data: 29/08/2007
House, em sua segunda temporada, continua trazendo a dose certa de drama misturada com o humor sarcástico do personagem principal, e estabelece relacionamentos interessantes entre os médicos. Contudo, por melhor que seja, a série não escapa de uma fórmula: a introdução do episódio mostra um acontecimento que levará ao enigma médico a ser solucionado; depois, a equipe de House faz um diagnóstico, o tratamento é iniciado, o tratamento falha e deve ser descoberta uma nova solução. House faz outros diagnósticos e finalmente acha a solução que irá salvar (ou não) o paciente. Tudo isso intercalado por cenas de House atendendo a contragosto pacientes no plantão ou discutindo com a administradora do hospital, a Drª. Cuddy (Lisa Edelstein).

Apesar desta fórmula que se repete em quase todos os episódios, House é uma das melhores séries de TV atuais graças a roteiros acima da média e a um ótimo elenco, encabeçado pelo premiado Hugh Laurie. Ao longo da temporada os personagens vão sendo desenvolvidos de forma consistente. Vemos o astro da série lidando com seu vício, a atração que sente por sua ex-esposa Stacy (Sela Ward) e os problemas que dificultam seu trabalho. Seu único amigo continua sendo o colega Wilson (Robert Sean Leonard), com quem freqüentemente entra em discussões de caráter profissional e pessoal. Para contrabalançar o sarcasmo e a rispidez de House, temos sua equipe formada pela simpática e emotiva Cameron (Jennifer Morrison), que sente atração por House mas foi por ele rejeitada; Foreman (Omar Epps), afro-americano que é alvo das piadas de House por ser de origem pobre, e que sempre dá uma abordagem mais conservadora aos casos; e Chase (Jesse Spencer), que vive enfrentado seus conflitos internos.

Apesar de as situações dramáticas serem o ponto central dos episódios, como nos excelentes "Cachorro que Dorme não Mente" (uma mulher está morrendo por causa de sua insônia, e só pode ser salva pelo transplante de um órgão de sua namorada), "House Versus Deus" (o conflito ciência x religião) e "Euforia" (episódio em duas partes onde não é apenas a vida de um paciente que está em risco, mas a de Foreman), há freqüentes momentos hilariantes, como o relacionamento de amor/ódio entre House e a Drª. Cuddy, e seus duelos com Foreman, que nunca quer se dar por vencido. Nessas horas brilha o talento de Laurie, que parece ter nascido para dizer as falas politicamente incorretas e engraçadas de House. O personagem é cativante, e ao longo dos episódios os roteiristas vão mostrando que a couraça que ele usa para se afastar das pessoas não é tão impenetrável como ele faz pensar. Esta segunda temporada termina com um cliffhanger que pode indicar uma mudança de House para a terceira – ou não.